quarta-feira, 17 de agosto de 2011

clandestino





Abro as mãos sem intenções, e lhe mostro a alma, que carrega agora, uma mochila sem pedras, ou qualquer artifício que um dia fora utilizado com o dom de me proteger; não sei escrever, apenas desenho os sentimentos para que possa compreendê-los sem magoar inocentes que não podem pagar pela sentença que a mim, condena e arrasta pela sombra da noite, que em vez de aprender as partituras da canção que deveria ser tocada no piano; ouvi o som da flauta no meio da noite, sem saber de onde vinha, e porque vinha; apenas a ouvia e sentia, e senti sem os acordes suaves, porém, sabendo que não se fará ser, a não ser na fonte inspiradora que não leva os inocentes a serem enforcados por minha sentença.
O laço invisível que me prende ao som da flauta; ergo as mão quando ninguém vê, e digo - leve-me, estou vulnerável, com meu vidro interno estilhaçado, pois sei, que ainda assim, rendida ao desconhecido, a implacável consciência de que a vida dos homens deve ser intencionalmente medida e esvaziada - ou deixada a transbordar até o fim, em goles de um copo d'água que lhes alivia  a alma, enquanto estão destinados a cumprir o conhecimento; somente os inocentes serão perdoados...
Que diferença faz o papel que se assina, rígido e convincente de que o contrato que se traduz, apenas é um nome a mais... Se a lava do sentimento escoa por dentro da verdade, e sem o meu íngreme, sinto e queima... Continuo sentindo e continua queimando, na presença, ou ausência... É a minha liberdade em ser humano, sentir, sem ninguém querer, ou se quer, poder arrancar de mim, o que a mim nem pertence; não criei; não intencionei; não busquei... Encontrei em ruas do acaso que nem sempre me levam para os objetivos e primícias que me apontavam - vá por ali... Fui, e agora, não sei voltar... Sem deixar a verdade que não engana que não quero ver, e apenas espio por entre as frestas da uma hipocrisia recém inventada, por não poder ser revelada, tal quanto os segredos divinos guardados dentro de uma arca. 
Clandestina impressão de que a flauta no ar inunda o meu mundo sombrio, levando-me pela mão enquanto tento entender o porquê o ser humano não usa de sua inteligência para se proteger do inesperado? Por que o som infiltra-se, mesmo através de muros impostos a proteção? Por que este som do súbito vem tal como uma chuva fina que respinga prata no avesso do reverso que sou, e tenho ao mesmo tempo em que não consigo tocar, na propriedade de sentir - palpável... O som apenas está em todos os cantos ardendo como fogo, enquanto uma chuva fina enverniza as telhas do muro implacável; do papel quase contratual que amedronta, com intenção de espantar aquilo que não tem nome, mas está no ar, navegando pelos pulmões quando respiro, enchendo-me de vida e despudorada alegria, sem poder tocar... Sem poder admitir no imenso acoplamento e morte da consciência enquanto sorvo a voz da flauta que é drenada para o meio da noite onde tudo existe apenas não se pode tocar...








Texto e criação da autora Adriana Vargas de Aguiar, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.

 LEIA O SEGREDO DE EVA.




FIQUEM DE OLHO, ESTE LIVRO ESTARÁ SENDO SORTEADO NA PROMOÇÃO DE SETEMBRO

O ano é 2095 e o local é a cosmopolita Labínea, cidade-estado e capital do exótico planeta Akelon. Este livro conta a história de uma avassaladora crise de proporções étnico-sociais, duas nações declaram guerra, o motivo: os humanitons, nativos do planeta Akelon, não aceitam que os povos répteis nativos do planeta Lazarrá, apelidados de forma pejorativa de kechanianos, estabeleçam moradia em seu mundo, alegando que eles podem lhes prejudicar no futuro, porém estes não têm mais para onde ir, já que o planeta Lazarrá fora pulverizado por um asteroide. Mas isso é apenas parte do problema em Labínea, a jovem ministra Sarah Redner enfrenta criticas fervorosas e ataque pessoais por evitar o uso de armas de destruição em massa contra a cidade-caverna de Kecham e sempre busca a paz e o diálogo. O maléfico chanceler Dam Sioux não perde nenhuma oportunidade de tentar colocar a ministra contra a opinião pública e ridicularizar seu governo. Entretanto com a chegada do aventureiro Nyck Falcon, Sarah irá depositar nele as suas últimas esperanças na busca pela paz e manutenção da democracia em Akelon.


Baixe 17-04-11_...jpg (339,2 KB)BIOGRAFIA DE JUNIOR MENEZES:

Escrevo e desenho desde criança. sou fã de livros e filmes de ficção-cientifica e fantasia, isso que me levou ao gosto pela escrita.
Sou baterista free-lance (sem banda fixa) toco nas noites da minha cidade e durante o dia trabalho como técnico em informática, atualmente desempregado.
Na parte literária, estou buscando meios para divulgar o meu trabalho autoral, claro que enfrento dificuldades devido a falta de conhecimento poucas pessoas me apoioam e algumas até cobram para divulgar. Atualmente tenho três livros publicados na Internet : AKELON UM NOVO MUNDO, AKELON PERDIDOS NO VELHO MUNDO e A CIDADE DOS MARES, mas tenho muitos outros projetos em fase de construção...

8 comentários:

Ray* disse...

Adriana, belo textp. Fiquei fascinada. Já estou te seguindo, me segue tb!
www.citacoesecia.blogspot.com

Beijão

Leonel disse...

Para um leigo nas letras como eu, isto é mais uma poesia sem versos nem rimas...
Mas, o efeito é o mesmo, com a intensidade e a alma que os teus textos costumam ter!
Abraços, Adriana!

Isa Martins disse...

Quando leio textos assim viajo nas entrelinhas dos pensamentos, sem dúvida as palavras traduzem sentimentos intensos e que nos fazem refletirsobre tantas coisas.
Muito bom Adriana, e o livro que citou deve ser bem empolgante.
Beijos pra todos aqui!

renatocinema disse...

Lindo........

A imagem maravilhosa.

Terê. disse...

olá gente, olha só que lindo poema, amei, bju terê.

eder ribeiro disse...

Teu texto soa a pura poesia. Bjos.

Iara Zippin disse...

Gostei da poesia do teu texto! E da imagem das bocas!!!!
Parabéns pelo blog!!!!
Abraços, Iara

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Adriana teu texto é belo e reflexivo, as analogias brilhantes, amei beijos Luconi

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