Acordei em meio a pesadelos, e com uma voz gritando ao meu ouvido - " Calem a boca! Quem pensam que são, se no momento em que mais precisei, não me deram se quer, um copo d'água?" Em meio aos tropeços e confusão matutina, sensações corriqueiras de alguém que demora pelo menos vinte minutos para se situar acordada, percebi que a voz era a minha própria; eu gritava para as pessoas invisíveis em meu subconsciente; talvez gritasse para aquelas pessoas que nunca tive a coragem de dizer o quanto são desprazerosas para mim, ou, o quanto tentei calcular a sua mínima parcela de significância em minha vida, e não consegui, pois sua parcela era tão microscópica, que não pode ser possível o cálculo...
Talvez, tenha dito para os fascistas, os famosos "camisas negras" com a sua detestável apatia pelos imigrantes, sem nada a me acrescentar, ou retirando todo a minha vã esperança se tivesse que fugir para a Itália em tempos de crises existenciais...
Posso ter me dirigido aos sebastianistas; me ensinaram a cultivar a fé mediocrizada pelo desespero, esperando por algo que não vem, que não chegou... Que não virá, mesmo depois de tantos anos...
Veio a minha memória, a lembranças dos críticos, sim, por que não? Por que não poderia ter gritado a eles, com sua péssima mania de saber receita para todo mundo, por que não conseguiram a receita certa de evoluírem e evaporarem da face da terra? A verdade que não resolve os problemas do mundo; a verdade que não resolveu o problema de seu ego...
Meus amigos? Seria o grito para eles? Não. Um não incisivo e consciente. Meus amigos são poucos, tão poucos que não conseguiria pendurá-los nas pontas dos dedos de uma mão inteira, mas sei, que com apenas um par de mão, me ajudou a levantar, segurando em minhas duas mãos.
Meus inimigos? Ah! nem sei se os tenho; quantas vezes pensei em selecioná-los em uma lista para ver por onde começava a minha vingança insignificante, e nada encontrei... Se não tenho tantos amigos, está quase empatado, também não cultivei grandes inimigos a ponto de tê-los merecendo o meu ódio, um sentimento quase divino que mata apenas a mim mesma.
Poderia estar gritando a mim mesma, quantas vezes fui desleal para comigo, com a minha capacidade de autozelo... não cuidei de mim o necessário a ponto de preservar os sentimentos vis e insuficientes para acordar num dia como esses e dizer, obrigada pelo necessário que tenho para ser feliz...
Após uma passada de olhos analítica nos sentimentos, levantei, abri a janela, olhei o dia, ouvi os passarinhos, senti meu coração, e deixei o dia fruir naturalmente como algo necessário que necessita disto para existir.
Um comentário:
Flor vc como sempre escrevendo bem e deixando todo mundo alerta =D
Amei
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