O leitor se lembrará...
Nas manhãs, antes do alvorecer... Livrarias vestidas de cinza; repletas e invadidas por aquilo que eles não conseguem ver - o desalmar da literatura, quando prostituída pelo glamour, capitalizou a sensibilidade... A alma foi trocada pelo centavo, e o zumbido distante, vinha de uma fonte invisível - edição feito a cascos a meio galope? Um formigueiro de obras anônimas agoniam-se na escuridão; da realidade, só se conhece a humilhação na oferenda – compra meu livro... A sombra na estrada, de um livro embaixo do braço enquanto caminha para lugar algum...
Na cama, uma enchente de idéias repensadas; formuladas com o afã do reconhecimento... A fumegante tigela do chá aguardando por mãos afoitas... Troca-se o chá e o resvalo de pão pelo teclado... E depois a chuva a tamborilar numa cara de vidro gelado; a vitrine do mundo... Tudo acontece após a sua janela... Se contasse na escrita o que viu da simplicidade de uma bicicleta pelos enevoados desfiladeiros da cidade passando por árvores que incham, gotejam e brilham de umidade, seria um despautério... A sensibilidade da poesia fora substituída a muito tempo pela inutilidade literária...
Fui a seu enterro dias atrás, ao ver em páginas a anunciação de que não é aceita, nem tão pouco, bem vinda portal adentro das edições. O sol não nascerá para os poetas... Mataram seu anjo da guarda, e o seu sol late como um cão no quintal com hálito oscilante de imobilidade interior... E agora, bem nas raspas da lembrança - o leitor se lembrará...
O leitor se lembrará, quem um dia, escreveram no muro que separava o sonho de um escritor de sua estante. Era um muro alto de espessura grossa, o qual se faz temer em derrubar; arrancar com as unhas, o que separa o peixe de seu habitat... O coração precisa bater; o muro não deixa, quer matar o iniciante sem fama - um feto abortado que não pediu para nascer; veio assim ao útero da mãe, com um dom a nutrir, sem saber ao certo, como se vender para ser aceito... Segue a marcha da prostituição literária... Como mudar seu estilo? Pintando os cabelos de cor aceita... Como vender seu escrito? Matando a alma ao ser trocado pelo currículo lattes... Como chegar a estante? Comendo o pão que o diabo amassou; deixando à edição, seus trocados mortos de fome, pela contemplação doce dos olhos de seus leitores...
O leitor se lembrará...
Sim, se lembrará...
Conhecerá o processo do feitio, material e imaterial de um livro; sobretudo, o espiritual... Sentirá as lágrimas das letras que choram ao ter trocado tua alma pela companhia sonhada, bem amada, o cheiro de letra nova e terebintina; deste amor que une o escritor a ele... Isso... Ninguém conseguirá mudar... Nem mesmo o capitalismo de última hora pelo coleio de montanhas tão brancas que os olhos se sentem nus - levaram tudo que tinha entre os campos de um sonho realizado através dos anoiteceres da fama salpicadas de ouro em bolsos fundos das empresas editoriais, escravizando-se pelos míseros vinténs recebidos em troca de sua paixão...
O leitor se lembrará...
Se lembrará que o inventor do que lhe fascina procurou por - conchas na orla do mar azul; na orla do deserto onde o vento sopra silencioso, e fica preto de repente - o luto da ciência do literato..
Sim, o leitor se lembrará... Hoje a liberdade de expressão permite que estas letras permaneçam no ar, sem serem ameaçadas... Um dia, ele lerá, e saberá ao menos que por um segundo desmedido, o sol esvoaça como um pássaro, as letras estarão voando... Um pássaro raiado de sangue em mãos que não se cansam, e depois se erguem contra o muro na dura batalha em derrubá-lo, entre a morte da poesia, e a vida que continua...
O leitor se lembrará...
Nós existimos!!!
E vamos mostrar diretamente aos nossos leitores, o nosso valor
DIA 10/08
sorteio da promoção novos autores
Cantinho do novo autor
O ator Renato de Castro tinha a vida dos sonhos: lindo, rico, e famoso. Sucesso na carreira e com as mulheres. Era o protagonista de sua existência e, todos em sua volta eram mero coadjuvantes. O rumo dos acontecimentos mudou radicalmente quando Renato envolveu-se com Paula Velásquez esposa de um dos mais poderosos diretores de televisão do Brasil. Jogado ao ostracismo, sofre um atentado que o deixa em coma profundo. Anos depois ao acordar depara-se com tratamento oposto ao que era acostumado. Contaminado por um rancor asfixiante entrega-se a depressão. O desejo de vingança mantinha-o vivo, quando surgiu um novo talento capaz de reconstruir sua vida. Dividido entre seu plano nefasto e o seu renascer das cinzas, na hora da verdade, Renato terá que escolher.
17 comentários:
Adriana, o leitor não sabe as agruras que seu escritor predileto passa. Não só transmite sua verdade para seu povo. É obrigado a trabalhar também para jornais e revistas. É o que a sua crônica transmite, se não me engano.
Carinho
Nossa! Muito forte essa historia do João, e como tantos outros joão, ele foi ao fundo do poço, sofreu, caiu em depressão, mas deu a volta por cima e se reergueu...como tantos outros João...lindo...amei e me empolguei, desculpe...Bravo! Abraços!
Bom dia linda, levei teu post., para meu blog. simone martins 2 e darei os devidos creditos...amei, adorei...bjin
Olá!
Bem profundo o texto, instigante.
Beijos pra ti!
Bom dia!
É bom sim podermos ter uma liberdade de expressão, falar o que sentimos, sonhos, amor, desejos, inquietudes, deixando um super beijo de otima tarde pra ti amiga, e verifiquei no quadrinho, já sou seguidor sim, desde a primeira visita...beijos.
Sempre bom passar aqui, é que não passamos simplesmente, mas levamos um pouco de tudo: inteligência, bom gosto e, sobretudo, talento.
Adorei o talento da Adriana Vargas no texto supra.
Abraço com carinho!
Prezada amiga
Hoje vim lhe agradecer pela sua linda e carinhosa presença lá no meu cantinho, através de um simples selinho, 300 seguidores , feito com muito carinho.
Agradeço-lhe de todo o coração!
Abraço amigo!
Maria Alice
Um bom manifesto!
Adriana, obrigado pela tua gentil visita ao meu pequeno pedaço de web.
Achei muito justa e até dramática a tua forma de protestar contra a massificação que cria barreiras para os novos talentos que vemos a todo o instante surgirem, numa saudável diversificação.
Matutando sobre essas coisas, me questiono se, da mesma forma que aconteceu com a arte musical, sob o monopólio das gravadoras, a esperança não estará justamente na rede?
É claro que o sonho de todo o escritor seria ter entre suas mãos o volume de papel e tinta que contém a síntese de suas idéias e sonhos. Mas, talvez estejamos passando por uma época de mudanças, e se estas vingarem, quem primeiro perceber como interagir no novo contexto que se apresenta, talvez tenha melhores chances de se estabelecer.
Me perdoe pelo palpite, é apenas uma idéia de alguém que não é de forma alguma expert, nem mesmo pertence a este mundo das letras, a não ser como mero leitor.
Um leitor que, há poucos meses, acabou de ler pela primeira vez um livro no formato eletrônico.
A verdade é que senti necessidade de te dizer algo, para não deixar apenas um comentário vago ou o mero "tapinha nas costas".
Te desejo apenas boa sorte, pois talento, sensibilidade, determinação e brio já deu para ver que você tem!
Abraços!
Vida de escritor não é fácil né?
Flor, vai ter um evento de livros aqui em CG, dá uma olhada, de repente te interessa. http://www.facebook.com/event.php?eid=222543857781802
Bjo
Adriana, tem um selo comemorativo dos 300 seguidores do blog artes e escritas para você: http://selosarteseescritas.blogspot.com/2011/08/300-wwwarteseescritasblogspotcom.html
Um abraço e obrigada, Yayá.
Querida amiga
Para quem escreve
com a alma,
um livro é mais
que palavra no papel.
É a vida
escrita na eternidade.
Lindo o texto,
o ritmo,
a ideia...
Viver é sentir os sonhos
com o coração.
Ahh Adriana, vc realmente surpreendeu. Eu sempre fico feiz com suas visitas, que vc tenha força sempre pois é merecedora do talento que possui. Hoje em dia se cobra muito caro mesmo, para um novo autor, sei disso pq faço parte disso.O quadro o grito, vem bem acalhar no sentido, pq esta crônica faz parte de quem escreve uma luta arte comtêmporanea. Hj em dia fico muito indgnado quando vejo muitas pessoas perdidas em artistas do outro século, e no tempo atual, os artistas valem tanto quanto suas referências atuais, baseadas em apinismo social e uma mercado de referências comerciais, compraram o talento como moedas e obscureceram o resto. Vc escreveu bem Adriana Vargas, existe sempre algo maior que isso em um livro! E o leitor saberá disto. Por enqunto reafirmo os livros não são máquinas!
Gostei de seu trabalho.
Merece sucesso com este espaço.
Beijos.
Fiquei muito feliz com a sua visita, volte sempre que puder, estou seguindo sim, beijos.
Um final de semana repleto de carinho, paz e muita poesia pra ti minha querida amiga...beijos e beijos.
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