Razões e contradições...

Em um mundo descabível, olho por cima de tudo que me apostam como bom exemplo, e sigo o contexto do coração.

Escuto os conselhos, mas só me valem os comprovados, pois se dobro a esquina, e te vejo fazendo o que me disse para não fazer, logo tiro a sua máscara diante dos meus olhos que viam-te de modo equivocado. Sim, firo o coração, pois é deste modo que mais consigo conhecer as pessoas.

Guerras; violência; degradação... 

Barbárie, morte e sofrimento; miséria; roubo...

Trapaça; engano e medo...

E não sei o por quê... Não consigo entender... A minha teimosia em gostar de pessoas... Não dos seus nomes; títulos, ou renda... Gosto delas! gosto de tocar; gosto de falar olhando nos olhos; de  sentir; conhecer sua fragilidade; escutar seus medos, e planos...

Gosto! Mesmo sabendo que possivelmente,  esta pessoa um dia vai me deixar triste; desapontada... Mesmo sabendo que um dia, sua máscara terá que cair, para eu comprovar, se realmente gosto das pessoas como escrevo... Ou se faço par com ela na hipocrisia.

Pois, gostar do bonzinho; do certinho, do limpinho; do coitadinho... É fácil! 

Escrever dizendo que gosto, e na esquina dobrada, alguém me ver desejando a morte, daquele que ninguém quer, ou aceita, porque seu caráter o deturpou, seria a mesma hipocrisia utilizada pelo bom conselheiro que sabe receita para a vida de todo mundo, menos para a sua...

Muitas pessoas são consideradas o "bambambam"; gênios de tal coisa, e tal, após ter se preparado para isso; e o talento anônimo oculto, que nasce assim, porque é assim... 
No fundo; no ápice da realidade, faz-se mister observar, se não é fácil ter fama após a fama; após a mão poderosa que é estendida... Se não é glorioso receber medalhas, após os olhos já pousados no talento? 
Em outro sentido, se não é fácil amar quem me ama? Se não é bom ajudar a quem isso me causa satisfação? ´Se não é bacana dizer que a vida é linda, quando tudo está dando certo?

E quando o meu dinheiro não sair?

E quando tudo está dando certo, será que vou falar com Deus? Será que agradeço pela dor que me impulsiona o crescimento? Ou lembro dele apenas quando "a coisa está feia", e digo - Meu Pai, me ajuda...

Quem sou eu, afinal? Qual a minha finalidade no mundo?

Olho no espelho, e vejo tanta coisa; umas me agradam, outras não... Vejo a minha roupa nova, e me sinto bem; vejo o quanto estou gordo, ou muito magro, e me causa irritação... Vejo se meu cabelo está penteado, e sei que para arrumar é só alcançar um pente... E será, que consigo me ver além dessas coisas? Será, que consigo arrumar um pente para pentear o que não consigo mudar em mim, e nem ao menos, enxergar?

Quem sou? Razão, contradição?

SEM FRETE!

Texto e criação de Adriana Vargas de Aguiar, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.