quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Foco Narrativo: Norman Friedman



     Olá! Sou a Selène d'Aquitaine, autora do livro O Jardim das Rosas Negras e da Trilogia Annástria. Sou estudante de Letras e vou começar a compartilhar com vocês, leitores do blog CNA, alguns dos assuntos que estudo na faculdade e que acredito que muito irá ajudar nos autores e também os leitores. O material que compartilharei com vocês é voltado para a área literária. A cada novo post indicarei uma bibliografia (utilizada no texto do post).
     Conversei com a Adriana Vargas sobre qual poderia ser meu primeiro assunto a ser tratado aqui no blog e optamos pelo Foco Narrativo. Há muitos estudos estudos sobre o foco narrativo, mas inicialmente focaremos o assunto nos estudos de Norman Fiedman e da Lígia Chiappini M. Leite.



        Por que ler sobre Foco Narrativo? Há diversas maneiras de narrar, diversos modos de ponto de vista. Em um mesmo texto é normal encontrarmos mais de um "tipo" de foco narrativo.  Acho que é interessante conhecer um pouco da parte "técnica", suas vantagens, desvantagens e limitações. Os estudos de Friedman não abrangem todas as formas de ponto de vista, mas consegue fazer um aparato geral interessante. Conhecendo algumas técnicas pode fica mais fácil estudar como aprimora-las e como "funciona" um texto.

       Claro que não é necessário seguir a ferro e fogo o que Friedman aponta. Ele nos apresenta uma teoria. Na bibliografia há um link para um arquivo pdf sobre esse estudo do Friedman. Ele procura classificar as formas (ou modos) de narrar (ponto de vista do narrador). A Lígia Leite, em sua obra, estuda a tipologia de Friedman, e ilustra com exemplos da literatura brasileira.
       Aqui vou apenas citar as oito classificações feitas por Friedman, e posteriormente estudas pela Lígia Leite.

       1. Narrador Onisciente Intruso
       2. Narrador Onisciente Neutro*
       3. "Eu" como testemunha
       4.  Narrador Protagonista
       5. Onisciência Seletiva Múltipla
       6. Onisciência Seletiva
       7. Modo Dramático
       8. Câmara
     
    No segundo item Lígia Leite aponta um "porém": a palavra "neutro", como classificação, seria um pouco problemática  É difícil apontar uma narrativa como "neutro", quer dizer onde não haja um envolvimento do narrador. A pontuação, as escolhas lexicais, as estruturas das sentenças... acabam marcando um pouco da opinião do narrador. 
    Questões relacionadas ao foco narrativo são complexas. Há outros elementos que estão junto a "técnica", como o próprio "estilo do autor", o "como" a trama é conduzida, a marcação do tempo, o objetivo da trama, etc. É legal conhecer modos diferentes de narrar, isso ajuda a ampliar e aprimorar nosso conhecimento. Podemos gostar mais de uma técnica, e menos de outra, vai muito de gosto. Algumas narrativas são feitas para serem mais "enxutas", outras são valorizam a descrição minuciosa, outras colocam o emotivo como destaque, e por aí vai! Cada "técnica" tem seu valor, vantagens e desvantagens, agradam a uns e desagradam a outros.
      
Bibliografia:

Os textos estão disponíveis em pdf. 

FRIEDMAN, Norman.  O Ponto de Vista na Ficção: o desenvolvimento de um conceito crítico. IN Revista USP. São Paulo, CCS-USP, n 53, março/maio 2002, trad Fábio Fonesca de Melo, pp. 166 a 182.

LEITE, Lígia Chiappini M. O Foco Narrativo. São Paulo, Ática, 1985.

2 comentários:

Ordem do Saber disse...

Obrigado pelas dicas.

Um bom final de semana.

Anônimo disse...

:a :b :c :d :e :f :g :h :i :j :k :l :m :n :o :p :q :r :s :t não me ajudou em nada

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