quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Comparando e Mesclando Romance Comum com Literatura Fantástica
Na semana passada, acompanhamos dicas sobre a diferença na hora de elaborar uma literatura fantástica. Agora vamos voltar e analisar mais detalhes para usufruir da qualidade da aventura.
Muito cuidado na hora de descrever os personagens fantásticos. O escritor deve sempre fazer com que o leitor seja cúmplice das emoções dos personagens e nunca do narrador. Descrever um fantasma é um balde de água fria no clímax da leitura. É muito mais emocionante o leitor deduzir um fantasma através da emoção do personagem. O autor deve esculpir os personagens e ilustrar as cenas com as palavras.
Lembre-se que em seus livros, Monteiro Lobato nunca descreveu que a Cuca era uma jacaré-fêmea; apenas que ela era uma bruxa que se parecia com um jacaré. Já as crianças do livro achavam que era uma jacaré-fêmea que se parecia com uma bruxa.
Outro exemplo está na série Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Por estar narrado em primeira pessoa, e a obra toda ser sob a perspectiva da donzela, a obra consegue dosar muito bem da surrealidade. Em muitos momentos, dá a entender que Bella está vivendo em um longo sonho (ou pesadelo).
A história é original? É claro que não! É somente mais uma história de amor dividido. A Donzela indecisa sobre o Playboy e o Plebeu.
Talvez até seria a excentricidade da família de Edward que fizesse pensar que todos eles fossem vampiros, assim como o vigor atlético de Jacob em seu estilo rústico na vida do campo, que o faça pensar que ele seja um lobisomem e pertença a uma matilha.
Viajou com essa refutação? Então; é assim que você deve fazer para conduzir seus leitores nas viagens literárias.
Nunca se esqueça que se você inserir uma criatura bizarra do nada na história, você terá que se esforçar e contar sem pressa como aquele bicho foi para ali. E mais; a criatura precisa ter um motivo para estar naquela história. Cuidado com a poluição literária. Literatura Fantástica NÃO é Literatura Ilógica.
Leo Vieira é autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação.
Escritor acadêmico em 23 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
Sou ESCRITOR (romances, contos, crônicas, composições musicais e roteiros [com filiações e reconhecimentos acadêmicos]), ATOR (teatro e dublagem [tenho DRT]) e ILUSTRADOR (personagens próprios, quadrinhos independentes e desenho animado). Minha formação é teológica.
3 comentários:
Puxa muito bacana! Adorei!
Boas dicas, pois é muito importante que os novos escritores, principalmente, saibam que possuem a liberdade de criar, mas depois é preciso que tenham coerência ao apresentar qualquer história. Se bem que isso vale para muitos veteranos, que precisam dos avaliadores de seus textos, caso em contrário, cometem tantos erros quanto os novos.
Parabéns pelo texto.
J.C.Hesse
Leo, ótimas dicas. Acho importante o que você disse: "Literatura Fantástica NÃO é Literatura Ilógica."; pois muitas pessoas acaba, confundindo mesmo (infelizmente). Parabéns!
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