quarta-feira, 20 de março de 2013
Como agir no momento de Ócio?
Nos momentos de escrita e desenvolvimento de roteiro, é muito comum dar uma "pane" na criatividade e simplesmente não conseguir mais desenvolver uma linha sequer daquele livro que você estava desenvolvendo e escrevendo. É horrível quando isso acontece, até porque quando a mente esfria, nem sempre você consegue pegar o gancho pra manter a aventura no mesmo ritmo e compasso. O que fazer então nesses momentos?
Antes de tudo, o escritor deve saber que a escrita é um hábito e não um hobby. Se você ainda vê o ofício de escritor como um mero divertimento, então NEM CONTINUE A LER ESSA POSTAGEM. Um escritor é um profissional e não deve trabalhar apenas nos momentos de "inspiração". Um escritor deve escrever em todas as situações haja o que houver.
Se um atleta fica preguiçoso para praticar a sua atividade física, a musculatura tende a se atrofiar. Da mesma forma, a mente de um escritor que diminui o seu compromisso pessoal de escrever.
Reserve um momento do dia para escrever. Durante as suas outras atividades, leve no bolso um bloquinho de papel ou caderneta com caneta ou lapisera e faça anotações e/ou desenhos sempre que houver um surto criativo. O personagem Nasalvo (um fantoche azul, manipulado por um demônio frio e calculista no livro "Alecognição") surgiu quando eu vi uma mochila azul com um fecho branco, parecendo um nariz grande
e bulboso. A mochila estava jogava próximo ao púlpito da igreja que congrego, até que uma criança pequena veio e vestiu as costas com ela. Como eu também tive fantoche na infância, começou a germinar uma analogia do fantoche que manipulava mentes. E tudo começou por conta da imagem de uma mochila.
Depois de fazer as breves anotações, nomes e desenhos, repasse os hieróglifos para o computador, assim que estiver em casa. Depois, no seu momento habitual, organize as ideias e comece a pensar e a desenvolver. Pense, crie, use a imaginação, só não fique parado e esperando o roteiro cair do céu. Os livros não nascem prontos.
Faça um banco de dados a parte para cada personagem. Uma biografia fictícia é importante para que você não deixe falhas gritantes em alguns aspectos, ou simplesmente deixar um personagem no "vácuo" da história ou até mesmo fazendo ele se perder no enredo e acabar sobrando e ficando desnecessário. J.K. Rowling criava até árvore genealógica para os seus personagens em Harry Potter; Nora Roberts desenvolvia seus roteiros construindo antes o histórico fictício de cada um deles. Daí, quem tivesse um estilo de vida mais interessante, virava o protagonista do livro. Escrever é uma diversão e o desafio é uma aventura.
Pra fechar, vou deixar uma dica com um desafio para vocês: Hoje eu assisti na televisão a matéria de um motoboy que perdeu tempo demais numa fila de banco e acabou processando o banco. Isso dá um livro? Claro que sim!
Construa uma biografia para ele (idade, história, emprego, família, hábitos, propósitos, etc), desenvolva a apresentação do enredo (indo para o trabalho, aparece o encargo de ir ao banco para pagar conta da empresa; ou então, ele aproveita o intervalo do almoço para pagar uma conta, mas perde a hora e isso lhe
causa uma sanção disciplinar), crie e conflito do livro (ele fica constrangido e é prejudicado no emprego por conta do atraso e isso é refletido na vida pessoal. Ele fica transtornado e com mania de que sempre está atrasado). Foque mais no desespero do personagem até vir a decisão. Não deixe de desenvolver o ápice do conflito, que seria os empecilhos judiciais. O banco tentando negociar, intimidar, entre outras coisas. Para deixar o livro mais visceral e atraente, coloque sub-enredos, como a esposa com um problema paralelo ou então um personagem com apelo humorístico. Está vendo? A história já está interessante e nem mesmo começou a ser escrita. Se ninguém desenvolver e publicar essa dica esse ano, eu escreverei então, ok?
Leo Vieira é autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação.
Escritor acadêmico em 28 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
Sou ESCRITOR (romances, contos, crônicas, composições musicais e roteiros [com filiações e reconhecimentos acadêmicos]), ATOR (teatro e dublagem [tenho DRT]) e ILUSTRADOR (personagens próprios, quadrinhos independentes e desenho animado). Minha formação é teológica.
4 comentários:
Um texto motivador que li com muito entusiasmo.
Um abraço.
Po Léo que bárbaro esse texto, com dicas ótimas. Realmente uma aula pra quem gosta de escrever.
Vou salvar e ler sempre para fixar.
Ah, eu também ando com um caderninho de anotações porque tudo que me chama a atenção eu escrevo, seja lá o que for.
Quanto a essa tua chamada pela história do motoboy, devo confessar que fiquei tentada a rabiscar algo. Queria que vc lesse depois, pode ser?
Abraços pra ti!
Lu Cavichioli
Obrigado, Élys! Obrigado, Lu. Claro que pode; fique a vontade. Meu e-mail é leovieirasilva@gmail.com
Tudo pode se transformar em um romance de ficção. Evitem focar em enredos saturados, como vampiros e zumbis. Explorem outros mundos. Tudo pode se tornar interessante, dependendo da criatividade e esforço do autor.
Olá!
Tenho um lançamento, traída! Sairá em fascículos. Tem como você fazer uma resenha do primeiro? Segue o link http://www.4shared.com/office/abX6RbXrce/trada_fascculo_1.html
Abraços!!
Priscilla Tôrres
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