Como
qualquer outro profissional, seja ele ator, músico ou ilustrador, o escritor também
é alvo notável e presa fácil dos clientes oportunistas, principalmente quando
as vítimas escolhidas são jovens e iniciantes na carreira. Fiquem sempre
espertos quando presenciarem certos tipos de situação.
Se
você, independente de tempo e conteúdo literário, se sente profissional e quer
respeito e reconhecimento, precisa se portar então como um.
"FAÇA
O ROTEIRO BARATO (OU DE GRAÇA) E NO PRÓXIMO SERVIÇO, PAGAREMOS MELHOR"
Nenhum
escritor profissional prestará serviço literário autoral de graça. Imagine
então
você pedir a um advogado que o defenda de graça, com a condição de lhe pagar
melhor em um próximo serviço. Isso não existe.
"NÓS
SOMENTE PAGAMOS NO FINAL, APÓS O SERVIÇO PRESTADO"
Faça
um contrato com o cliente, ressaltando o valor do serviço.
"PRA
QUE CONTRATO? NÃO ESTAMOS ENTRE AMIGOS?"
Contrato
entre escritor e editora/grupo de teatro é prova de respeito e admiração pelo
trabalho de ambas as partes. O contrato representa compromisso e garantia para
proteger eventuais transtornos, incoerências e mal-entendimentos ente você e o
seu cliente e regularizar essa relação sem desgastes.
Contrato
é uma forma de demonstrar profissionalismo, estipulando tempo, serviços e remuneração
durante determinado tempo que deverá ser cumprido por ambas as partes. Se o
cliente andar para trás e ficar sofismando que é desnecessário, descarte-o.
"O
SEU ROTEIRO PARA NOSSA PRODUÇÃO SERÁ ÓTIMO EM SEU PORTFÓLIO E VOCÊ GANHARÁ
OUTROS CLIENTES"
Imagine
então o diretor da peça ou do filme contando para os outros colegas: "Esse
escritor é o maior otário! Esboçou o roteiro todo de graça".
"DEIXE
O SEU PROJETO AQUI, QUE EU VOU FALAR COM O PRODUTOR E TE LIGO DEPOIS"
O
diretor vai usar os seus textos para barganhar com outro escritor e negociar um
preço ainda mais barato. Se você retornar, o diretor dirá que a atividade foi
adiada.
Nunca deixe nenhum trabalho no escritório do cliente.
"MAS
O ÚLTIMO REVISOR FEZ O MESMO SERVIÇO MAIS BARATO..."
Não
tenha medo de perder o cliente, ainda mais quando o mesmo demonstrar ser um
oportunista. Ressalte que o seu serviço é profissional e é mensurado conforme o
seu valor. Roteiristas/revisores que cobram muito pouco pelo seu serviço ficam
predestinados e fadados ao insucesso. Não seja o causador de seu próprio
fracasso, desrespeito e decadência profissional. No máximo, ofereça um pequeno
desconto, ou então parcele o seu serviço em duas vezes (com contrato).
"NÓS
NÃO PODEMOS PAGAR MAIS DO QUE R$XX POR ESSE SERVIÇO"
Imagine
o cliente entrar em uma loja de celulares e informar que não pode pagar mais do
que R$XX por um smartfone. O vendedor então o oferecerá o mais barato possível,
ou então, um aparelho dentro desse valor que tenha as mesmas funções.
Se
ainda assim, o serviço lhe interessar, diga que fará, mas será no seu tempo e
estipule um prazo maior de entrega.
Leia
e ponha em prática essas dicas. Não adianta fazer panca de escritor
profissional se no fim das contas você vira paspalho nas mãos dos espertos,
viajando nas promessas de projetos mirabolantes.
Você
é profissional e pode muito mais.
Leo Vieira é autor do livro
"Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em 32 Academias e
Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas
cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
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