Esse
é um ponto delicado que espero que abra os olhos e dê uma "sacudida"
em alguns escritores iniciantes. Com que frequência e/ou intensidade que um
escritor precisa escrever e publicar suas obras?
Esse
artigo também pode ser aplicado para todas as classes em geral, porque a arte caminha
junta e serve de modelo da mesma forma. Um artista precisa aparecer (não estou
falando somente de publicidade, até porque uma insistente campanha já conhecida
pode se tornar chata), porém com novidades.
Antes
de tudo, o artista precisa ter foco. Se ele não souber aonde quer chegar, se perderá
no caminho, ficará estacionado nas ideias e voltará, abandonando o desafio.
Walt
Disney passou por muitos desafios e impasses, até finalmente produzir o seu
primeiro longa metragem de animação, em 1937;
Maurício
de Sousa ficou mais de uma década produzindo tiras de quadrinhos do seu próprio
bolso, até finalmente produzir sua primeira revista em quadrinhos em cores, em
1970;
Roberto
Bolaños (Chespirito) escreveu e produziu muitas esquetes e vídeos com baixo
orçamento até conseguir propagação mundial.
É
claro que existem muitos outros gênios artísticos que poderiam entrar na lista,
mas resolvi selecionar os mais contemporâneos para empregar o exemplo em comum.
Os três, além de também serem escritores, eram insistentes e sabiam muito bem
aonde queriam chegar. Além de tudo, eles têm uma família de personagens para
comercializar através de produtos licenciados. É só ver como a Disney, a Turma
da Mônica e agora a versão cartoon do Chaves é tão divulgada através de
produtos e brinquedos.
Agora
vamos usar outros artistas que não quiseram ir tão adiante no mercado de
licenciamento: Daniel Azulay, que chegou a ter mais de 150 produtos licenciados
com a "Turma do Lambe Lambe" na década de 1970, preferiu ir no
seguimento das oficinas de desenho e das artes plásticas; e o Ziraldo, que teve
muito espaço nos quadrinhos, com a "Turma do Pererê" e o "Menino
Maluquinho", continua com seus trabalhos nas colunas e ilustrações. Um
detalhe é que os dois citados são da mesma época do Maurício de Sousa, que
publica no mínimo 30 gibis por mês.
O
foco no projeto é muito importante. Assim como o Maurício de Sousa escreveu,
desenhou e publicou muito (com equipe), o escritor que quer ter um volume de
trabalhos agregados em sua biografia precisa também ter publicação, independente
do rumo de suas vendas. Cada artista vai tomando o seu rumo com o passar do
tempo, mas todo escritor precisa fazer o
mesmo; escrever sempre!
Livros,
crônicas, colunas, resenhas, blogs e o que mais a internet permitir. Não tenha
preguiça e não resmungue se por acaso alguém for ler ou não o seu artigo.
Quando alguém finalmente gostar do que você escrever (como este artigo, por
exemplo), a primeira coisa que fará será pesquisar mais sobre o autor, e com
isso, encontrará uma biografia e uma lista de outras coisas. É o primeiro passo
nesta grande caminhada.
Não
desanime.
Leo Vieira é autor do livro
"Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em 31 Academias e
Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas
cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
3 comentários:
Olá amigo
lindo teu blog, amo ler e escrever.
um dia repleto de paz, bjs
Sabe Leo, gosto do rumo de seus assuntos, o título parece clichê, mas quando se pensa na profundidade de suas colocações podemos realmente enxergar além do comum, obrigado por fazer parte do nosso time.
Parabéns,
J.C.Hesse
Muito obrigado. Infelizmente, este assunto precisou ficar muito resumido, por isso, sugiro que pesquisem mais sobre esses gênios literários apresentados. O universo literário tem muitas ramificações. Reparem que:
Walt Disney por ter readaptado inúmeros contos é até hoje um gigante exemplo de escritor infantil;
Maurício de Sousa também é um escritor acadêmico reconhecido pela Academia Paulista de Letras e seus personagens têm forte apelo comercial e didático em dezenas de países;
Roberto Bolanõs é chamado de "Chespirito"("Shakespearito/Chespirinho"= "Pequeno Shakespeare") porque suas obras continuam com o mesmo valor e peso humorístico com o passar das décadas;
Daniel Azulay é considerado um dos melhores contadores de histórias infantis contemporâneo e um dos únicos que usa a didática da história com desenho e música;
Ziraldo é reconhecido por alfabetizar várias gerações de crianças com seus livros.
Todo escritor terá o seu reconhecimento e respeito seja qual rumo literário for seguir.
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