Onde
poderíamos adquirir aquele livro antigo que não se encontra mais em estoque nas
livrarias? Nem sempre se encontra na internet, mas até mesmo a geração nova de
leitores e estudantes têm a palavra "sebo" ecoando na cabeça.
Alguns
têm até um certo preconceito, não só por comprar uma coisa velha e usada, mas
também pelo nome, que se assemelha a algo nojento. A palavra tem origem em
razão das livrarias também ter uma prateleira para livros usados, e por serem
páginas surradas e sujas, eram chamadas dessa forma. Ou então, você pode
empregar uma versão mais moderna, que significa "SEcond hand BOoks"
(livros de segunda mão). Tosco, não é? Pois bem, o sebo tem esses dois
significados: uma estante ou livraria de antigos livros ensebados e de segunda
mão.
Você
encontra muita, mas muita raridade e preciosidade nesses lugares. O mais
curioso é que muitos livreiros não têm a mínima noção do que estão vendendo em
meio àquelas prateleiras. É como escavar uma mina de pedras preciosas.
Nunca
vá a um sebo, simplesmente para "dar uma olhadinha". A frustração de
encontrar algo e não poder levar será muito grande. E o pior; você não o
encontrará novamente, mesmo que você o esconda na prateleira (já tentei fazer
várias vezes e nunca deu certo). Dedique um tempo e disponibilize dinheiro para
gastar, além de levar bolsas para o transporte da mercadoria (eu já enchi uma
mochila e um carrinho de feira); isso, se você não tiver um carro.
O
bom de ter um dia inteiro para um passeio em um sebo é que a sensação do
garimpo literário será maravilhosa, algo como explorar uma loja de brinquedos
na infância. Depois, com o volume todo selecionado, o vendedor poderá até fazer
um bom preço, porque o bom freguês sempre retorna (e ainda trás outros). Ambos
ficarão satisfeitos. Muitos sebos aceitam cartões de crédito, mas em dinheiro,
tudo fica mais fácil e rentável para os dois lados.
Em
seu próximo salário, reserve uma parte dele, além de reservar um período do dia
para o "passaporte" para esse portal do coliseu dos mestres de papel
aposentados.
Gordura
não faz bem à saúde, mas o SEBO irá
nutrir a sua mente com tanto conhecimento.
Leo Vieira é autor do livro
"Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em 30 Academias e
Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas
cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
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