segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Questionamento - Francilangela Clarindo
Questionamento
O meu amigo
Me levou lá prum teatro
Pr’assisti um home
Tocando piano
Mas olha que eu fiquei invocado.
Como é que ele sabia
que tecla tocá
pra sair aquela música
danada de boa?
E tem mais coisa
que eu sou doido pra saber.
Segura que lá vai.
Como é que a professora
Consegue juntar
aquele monte de coisa do papel e ler?
Como é que a gente vê os preços lá em cima
E dizem na televisão
Que uma tal de inflação
Tá desse tamainho?
Como é que eu
e um bocado de amigos meus
não entram nem na casa dum pessoal
lá do bairro
que é branco
e dizem que aqui no Brasil
não tem esse negócio de preconceito.
E olhe que um dia
Eu fui numa loja
E tomei um susto
Com um homem de paletó me perguntando:
Qué que eu tava fazendo lá.
Mas ele foi educado.
Pegou na minha blusa suavemente
E me levou lá pra fora.
Acho que lá
Não tinha o que ia comprar
E o patrão dele
Deve mandar ele
Tratar bem os clientes…
Tá bom!
Chega de perguntá.
Eu não tenho nem como
Saber as respostas.
Eu vou é trabalhá.
Esse negócio de pensar
Não foi feito pra mim não.
Francilangela Clarindo
Texto e criação do autor, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.
3 comentários:
Passando para um visita rápida!
Belas postagens!
Papo de louco amiga, quem é que é este personagem, achei-o muito interessante. Um dia escrevo um conto todinho sobre algo assim, kkkkkkkkkk.
J.C.Hesse
Que interessante! Fiquei curiosa para saber o que ele pensa sobre os gadgets de informática e coisas assim, tão impregnadas no dia a dia das pessoas!
Parabens
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