quarta-feira, 24 de abril de 2013

A REAL DAS EDITORAS/IMPRESSORAS POR DEMANDA (PARTE I)




Hoje em dia está cada vez mais fácil de realizar o seu sonho de ter o seu livro
publicado. A questão de obter o reconhecimento e prestígio é completamente
diferente, mas o primeiro passo é garantido. Tudo dependerá da sua disposição e força de vontade.
Há pelo menos, quinze anos, tínhamos somente as arrogantes e sisudas editoras convencionais como alternativa e os correios como elo de comunicação com as mesmas. Ter um livro selecionado por uma deles era algo até surreal e digno de respeito por todos os críticos literários.
Com o surgimento da internet e o advento da blogosfera, muitos escritores bons e ruins foram se reconhecendo pelo mundo virtual. Uns se especializaram e outros não. Alguns querem desbravar o mercado editorial sem ter nenhuma noção do que estão fazendo. É como um índio entrar em uma zona de guerra militar e se acomodar numa trincheira com arcos e flechas.
Um escritor que quer permanecer centrado em sua carreira literária precisa
identificar os dois lados da situação. As editoras grandes não querem dar espaço para novos autores e dificilmente se interessará em publicar algo de um "anônimo literário". Daí a única alternativa que lhe resta são as práticas e tendenciosas EDITORAS POR DEMANDA.

Nos últimos anos as editoras por demanda cresceram assustadoramente pela internet. Elas simplesmente "brotaram" pelos links publicitários em blogs e sites, oferecendo os seus serviços gráficos. A minha intenção não é denegrir o trabalho delas (afinal, o meu livro também é publicado por uma delas, cujo serviço prestado é excelente), mas abrir os olhos do escritor que crê piamente em seus serviços como a solução de seus problemas culturais literários.
Fiz um levantamento pela internet e encontrei mais de 100 links com a famosa
descrição "Publique seu Livro". A maioria delas são gráficas que se transformaram em editoras por demanda, com uma ou duas pessoas responsáveis pela arte gráfica e monitoração do site de venda para os autores. Há até um pequeno escritório apresentável (para as situações de recepção do cliente que seja da mesma região), mas a maioria dos contratos são feitos on line. Logo atrás, funciona a gráfica.Talvez muitos escritores não saibam, mas as editoras por demanda são apenas prestadoras de serviço. Elas não irão investir um só centavo em sua obra e te farão pagar tudo, agregado em seus "pacotes": ISBN, ficha catalográfica, código de barras, revisão, diagramação, arte da capa, acabamento e impressão. Algumas até ironizam com "10 exemplares de CORTESIA para o autor".
No final de tudo, o custo da venda do livro ficará caro demais e dificilmente você conseguiria vender através do site deles. Isso porque eles não irão abater nada de suas tiragens e é uma forma subliminar deles tentarem te ajudar, porém tirando o corpo fora. Daí o autor acaba sendo induzido a ter que comprar um lote e vender por conta própria (com desconto de seu direito autoral e de grandes quantidades, no caso de lote), para que o seu lucro seja razoável. Para eles é ótimo, afinal eles são gráficas também. O autor fica com uma expectativa e acaba gastando em média, mais de R$ 5 mil reais e recebendo uma pilha de livros, a qual precisa vender e se livrar urgentemente, para que o volume inútil não ocupe mais espaço e nem crie traças. A despesa e o problema serão sempre totalmente do autor.

Outra coisa que os escritores/clientes precisam saber é que não existe nenhum
departamento de publicidade ou marketing especial para as vendas de seus livros e de outros clientes na internet. Tão pouco eles se empenharão em distribuir em "parceria" com distribuidoras e livrarias. Para que essas editoras irão se empenhar para vender os seus livros, se podem fazer você comprar os seus próprios livros para vender? O site de vendas é somente para mostrar a lista de publicações e servir de chamariz para os novos clientes-autores. Quanto mais títulos (sejam bons ou ruins) apresentados no site, mais clientes aparecerão e mais vendas de lotes farão junto com os serviços.   
Nas editoras por demanda, são os autores que pagarão para promovê-las. Elas estão apenas emprestando o seu selo editorial para que você fique rotulado como escritor.
Charada básica: Sabem como um escritor frustrado se suicida? Pulando de cima do seu estoque!


Aguardem a continuação...


Leo Vieira é autor do livro "Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em 30 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.



9 comentários:

Leo Vieira disse...

Esse artigo está dividido em 3 partes. Leiam, tomem nota e reflitam sobre esses conselhos. As editoras por demanda são altamente necessárias para caracterizar as publicações do escritor, porém o mesmo precisa aprender a jogar sem perder.

Unknown disse...

Adorei o artigo. Bastante esclarecedor e muito útil.
Um forte abraço para você, Léo.

www.gleizecosta.com

Leo Vieira disse...

Obrigado, Gleize. Fique à vontade para compartilhar. Autores precisam estar unidos nessas horas.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Faltou dizer que alem de cobrarem, ofercem ao autor 30% de royalties. Há que se pensar que este modelo de "prestação de serviço" já se torna indispensavel no mundo editorial. Lá fora, principalmente nos EUA, o autor autonomo, conhecido por "Indie" simplesmente não precisa dos serviços graficos de tais "editoras" e ele mesmo publica seu livros e com 100% de royalties.Podendo ele mesmo programar sua plataforma de Marketing. Os famosos bestsellers Americanos( alguns) só se tornam vendáveis, por terem uma verba, lançarem seus livros e eles mesmos comprarem um lote de 10 ou 20 mil livros e assim, entram na Lista de bestsellers do New York Times. Alavancam suas vendas e conquistam reconhecimento. Ja podem colocar no proximo livvro "Aclamado autor bestseller do New York Times". Se olharmos pela ótica tupiniquim, é assim que acontece,só que quem lucra são as editoras "Print On demand"

Leo Vieira disse...

Oi, Tony. Esse artigo está dividido em 3 partes; portanto nos acompanhe, que terá mais novidades.
No Brasil, só conheço duas editoras por demanda que oferecem 30% de royalties; as demais são 20% ou até menos.
Realmente, é de grande importância essa prestação de serviço no Brasil, principalmente para quem ainda não tem nenhum tempo ou noção de como irá construir a arte do seu livro. Conheço várias situações de escritores com uma dezena de livros publicados que decidiu ter o seu próprio selo editorial. A intenção do artigo é frisar que o autor pode muito bem se tornar o seu próprio editor por demanda e simplificar as despesas que essas editoras oferecem.
Grande abraço!

Ygor Moretti disse...

Parabéns Leo pelo post e pelo blog!!! É uma encruzilhada mesmo essas questão, as grandes editoras não dão chance a novos autores ou esses não são de fato bons (mas é outra discussão) aí resta ao autor esses pseudo editoras, muitas prestam serviços bons, mas no meio delas como sabemos existem muitos picaretas... Fica a pergunta: Como tirar nossos trabalhos da gaveta? rsss Abraço!!!

Vana PImenta disse...

Gostei muito de seu texto, pois tenho pensando mt neste assunto e este texto me deu uma direção... Parabéns pelo post e belo seu blog...bjs

Unknown disse...

Oi Ygor Moretti.

Sobre sua pergunta;" As grandes editoras não dão chance a novos autores ou esses não são de fato bons". a resposta é um grande "Sim " para amabas.

Editoras tradicionais costumam investir mais de R$ 30 ou R$ 40 mil na plataforma de Marketing de um livro. Assim, so imprimem autores famosos. Ate o Padre Marcelo Rossi,que nunca escreveu, tornou-se um "fenomeno de vendas" graças, nao a seu talento,mas ao fato de ser famoso e em suas missas "vender seu peixe" Ja vendeu mais de 6 milhoes de livros.


Quanto ao autor iniciante, a maioria escreve de forma intuitiva, sem nenhuma noção do que é narrativa Onisciente, Personagem Ponto de vista,personagem Impacto, Meia-cena e sequela, Conflitos, Ganchos e Cliffhangers,Empatia, simpatia, estrutura, Mostrar e nao contar e muitos outros elementos essenciais a uma boa prosa para se contar uma historia.

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