Hoje
em dia está cada vez mais fácil de realizar o seu sonho de ter o seu livro
publicado.
A questão de obter o reconhecimento e prestígio é completamente
diferente,
mas o primeiro passo é garantido. Tudo dependerá da sua disposição e força de
vontade.
Há
pelo menos, quinze anos, tínhamos somente as arrogantes e sisudas editoras
convencionais como alternativa e os correios como elo de comunicação com as
mesmas. Ter um livro selecionado por uma deles era algo até surreal e digno de
respeito por todos os críticos literários.
Com
o surgimento da internet e o advento da blogosfera, muitos escritores bons e
ruins foram se reconhecendo pelo mundo virtual. Uns se especializaram e outros
não. Alguns querem desbravar o mercado editorial sem ter nenhuma noção do que
estão fazendo. É como um índio entrar em uma zona de guerra militar e se
acomodar numa trincheira com arcos e flechas.
Um
escritor que quer permanecer centrado em sua carreira literária precisa
identificar
os dois lados da situação. As editoras grandes não querem dar espaço para novos
autores e dificilmente se interessará em publicar algo de um "anônimo
literário". Daí a única alternativa que lhe resta são as práticas e
tendenciosas EDITORAS POR DEMANDA.
Nos
últimos anos as editoras por demanda cresceram assustadoramente pela internet.
Elas simplesmente "brotaram" pelos links publicitários em blogs e
sites, oferecendo os seus serviços gráficos. A minha intenção não é denegrir o
trabalho delas (afinal, o meu livro também é publicado por uma delas, cujo
serviço prestado é excelente), mas abrir os olhos do escritor que crê piamente
em seus serviços como a solução de seus problemas culturais literários.
Fiz
um levantamento pela internet e encontrei mais de 100 links com a famosa
descrição
"Publique seu Livro". A maioria delas são gráficas que se
transformaram em editoras por demanda, com uma ou duas pessoas responsáveis
pela arte gráfica e monitoração do site de venda para os autores. Há até um pequeno
escritório apresentável (para as situações de recepção do cliente que seja da
mesma região), mas a maioria dos contratos são feitos on line. Logo atrás,
funciona a gráfica.Talvez muitos escritores não saibam, mas as editoras por
demanda são apenas prestadoras de serviço. Elas não irão investir um só centavo
em sua obra e te farão pagar tudo, agregado em seus "pacotes": ISBN,
ficha catalográfica, código de barras, revisão, diagramação, arte da capa,
acabamento e impressão. Algumas até ironizam com "10 exemplares de
CORTESIA para o autor".
No
final de tudo, o custo da venda do livro ficará caro demais e dificilmente você
conseguiria vender através do site deles. Isso porque eles não irão abater nada
de suas tiragens e é uma forma subliminar deles tentarem te ajudar, porém
tirando o corpo fora. Daí o autor acaba sendo induzido a ter que comprar um
lote e vender por conta própria (com desconto de seu direito autoral e de
grandes quantidades, no caso de lote), para que o seu lucro seja razoável. Para
eles é ótimo, afinal eles são gráficas também. O autor fica com uma expectativa
e acaba gastando em média, mais de R$ 5 mil reais e recebendo uma pilha de
livros, a qual precisa vender e se livrar urgentemente, para que o volume
inútil não ocupe mais espaço e nem crie traças. A despesa e o problema serão
sempre totalmente do autor.
Outra
coisa que os escritores/clientes precisam saber é que não existe nenhum
departamento
de publicidade ou marketing especial para as vendas de seus livros e de outros
clientes na internet. Tão pouco eles se empenharão em distribuir em
"parceria" com distribuidoras e livrarias. Para que essas editoras
irão se empenhar para vender os seus livros, se podem fazer você comprar os
seus próprios livros para vender? O site de vendas é somente para mostrar a
lista de publicações e servir de chamariz para os novos clientes-autores.
Quanto mais títulos (sejam bons ou ruins) apresentados no site, mais clientes
aparecerão e mais vendas de lotes farão junto com os serviços.
Nas
editoras por demanda, são os autores que pagarão para promovê-las. Elas estão
apenas emprestando o seu selo editorial para que você fique rotulado como
escritor.
Charada
básica: Sabem como um escritor frustrado se suicida? Pulando de cima do seu
estoque!
Aguardem
a continuação...
Leo Vieira é autor do livro
"Alecognição", pela Editora Lexia.
Escritor acadêmico em 30 Academias e
Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas
cidades e Doutor em Teologia e Literatura.
9 comentários:
Esse artigo está dividido em 3 partes. Leiam, tomem nota e reflitam sobre esses conselhos. As editoras por demanda são altamente necessárias para caracterizar as publicações do escritor, porém o mesmo precisa aprender a jogar sem perder.
Adorei o artigo. Bastante esclarecedor e muito útil.
Um forte abraço para você, Léo.
www.gleizecosta.com
Obrigado, Gleize. Fique à vontade para compartilhar. Autores precisam estar unidos nessas horas.
Faltou dizer que alem de cobrarem, ofercem ao autor 30% de royalties. Há que se pensar que este modelo de "prestação de serviço" já se torna indispensavel no mundo editorial. Lá fora, principalmente nos EUA, o autor autonomo, conhecido por "Indie" simplesmente não precisa dos serviços graficos de tais "editoras" e ele mesmo publica seu livros e com 100% de royalties.Podendo ele mesmo programar sua plataforma de Marketing. Os famosos bestsellers Americanos( alguns) só se tornam vendáveis, por terem uma verba, lançarem seus livros e eles mesmos comprarem um lote de 10 ou 20 mil livros e assim, entram na Lista de bestsellers do New York Times. Alavancam suas vendas e conquistam reconhecimento. Ja podem colocar no proximo livvro "Aclamado autor bestseller do New York Times". Se olharmos pela ótica tupiniquim, é assim que acontece,só que quem lucra são as editoras "Print On demand"
Oi, Tony. Esse artigo está dividido em 3 partes; portanto nos acompanhe, que terá mais novidades.
No Brasil, só conheço duas editoras por demanda que oferecem 30% de royalties; as demais são 20% ou até menos.
Realmente, é de grande importância essa prestação de serviço no Brasil, principalmente para quem ainda não tem nenhum tempo ou noção de como irá construir a arte do seu livro. Conheço várias situações de escritores com uma dezena de livros publicados que decidiu ter o seu próprio selo editorial. A intenção do artigo é frisar que o autor pode muito bem se tornar o seu próprio editor por demanda e simplificar as despesas que essas editoras oferecem.
Grande abraço!
Parabéns Leo pelo post e pelo blog!!! É uma encruzilhada mesmo essas questão, as grandes editoras não dão chance a novos autores ou esses não são de fato bons (mas é outra discussão) aí resta ao autor esses pseudo editoras, muitas prestam serviços bons, mas no meio delas como sabemos existem muitos picaretas... Fica a pergunta: Como tirar nossos trabalhos da gaveta? rsss Abraço!!!
Gostei muito de seu texto, pois tenho pensando mt neste assunto e este texto me deu uma direção... Parabéns pelo post e belo seu blog...bjs
Oi Ygor Moretti.
Sobre sua pergunta;" As grandes editoras não dão chance a novos autores ou esses não são de fato bons". a resposta é um grande "Sim " para amabas.
Editoras tradicionais costumam investir mais de R$ 30 ou R$ 40 mil na plataforma de Marketing de um livro. Assim, so imprimem autores famosos. Ate o Padre Marcelo Rossi,que nunca escreveu, tornou-se um "fenomeno de vendas" graças, nao a seu talento,mas ao fato de ser famoso e em suas missas "vender seu peixe" Ja vendeu mais de 6 milhoes de livros.
Quanto ao autor iniciante, a maioria escreve de forma intuitiva, sem nenhuma noção do que é narrativa Onisciente, Personagem Ponto de vista,personagem Impacto, Meia-cena e sequela, Conflitos, Ganchos e Cliffhangers,Empatia, simpatia, estrutura, Mostrar e nao contar e muitos outros elementos essenciais a uma boa prosa para se contar uma historia.
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