segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hipocondria sentimental





“Tarda-te. Estou inquieta...
Transpiro pensamento tolo; um a um - os cilios teus são alcançados...
Busca consolo; compulsivo pensamento...
Não perdem uma membrana se quer...
Toma o cílio... Abraça-o... 
Faz a sua vez - protege a matriz de microtúbulos.
Onde haja espaço hei de te achar...
Entre teus cilios...
Espera! Enlouqueço-me...
Cilios; membranas; células eucarióticas...
Abraçam-te!
Protejam-te!
Prendam-te para mim...
Astuto pensamento, os movimentos constantes dos cilios, deixa-o louco.
Olho para o tempo, tu não sai de dentro dele...
Sai de dentro de um dos olhos...
Vejo-o descendo por uma fibra amarrada em minha córnea...
A fadiga acerta o espírito,
Tal qual eu, a tua espera...
Uma astenia desesperante em prender-te em meus braços
Tomar as tuas vezes...
Proteger tuas membranas... Ouriçadas; pálidas...
Faz-me sofrer... Hipocondríaca...
Adoeço por ti... Onde estás?
Reviro os prados de seu corpo em substâncias...
Observo o seu cristal... Lá no fundo...
No fundo da alma...
Roupas invisíveis feitas de um lago...
Mergulho... És inviolável... “





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