terça-feira, 3 de julho de 2012

Estória de escritor


Estória de escritor.

_ Estou decidido!
_ Que bom! Mas sobre o que está decidido?
_ Vou escrever um livro!
_ Há tá... vai ser igual ao quadro que ficaria famoso? Aquele que nunca acabou. Ou será igual ao painel? Que não passou dos rabiscos.
_ É isso mesmo! Só que agora vou até o fim. Vou escrever até me acabar!
_ Quem não te conhece poderia até acreditar que vai ser um tremendo sucesso. Um Best Seller!
_ Muito engraçado, pois fique sabendo que já tenho toda a história na cabeça, com personagens e tudo mais.
_ Posso saber sobre o que será?
_ Segredo.
_ Como assim? Não pode dizer nada?
_ Se eu disser, perde o encanto.
_ Pense assim; o que vai dizer-me, pode ser uma sinopse antecipada, assim você já aguça minha curiosidade.
_ Que é sinopse?
_ Tá brincando comigo não é mesmo?
_ Não!
_ Que diabo de escritor vai ser, se nem sabe o que é uma sinopse?
_ Tá vendo só, já está me criticando.
_ Está bem, vamos pelo princípio. Sinopse é um resumo, muito curto, onde você pode apresentar a ideia geral da história. Pode falar da personalidade da principal personagem, mas sem dar detalhes.
_ Hahahahaha!
_ Que foi, falei algo errado?
_ Falou” “Da principal personagem”. É que o principal personagem será masculino, hahahahahaha.
_ Espertinho, personagem é igual “anjo”. Entendeu?
_ Não!
_ Assim ficará difícil a você escrever algo.
_ Mas eu vou escrever uma história, com começo meio e fim. Não vou ficar me preocupando com estas bobeiras. Mas o que quer dizer com “igual a anjo”?
_ Não tem sexo! Você diz, “o bagagem”? “O folhagem'? “O criadagem”? “O viagem”?
_ Claro que não!
_ Eu sei que não! Então, para que aprenda, “personagem” é semelhante a “selvagem”. Você pode empregar o gênero masculino e feminino.
_ Nossa! Como você é inteligente! Deveria escrever um livro também.
_ Muito engraçado. Mas me contento de apenas não ter que receber palavras erradas.
_ Bobeira sua!
_ É que não é você que ficam esfregando uma borracha em cima. Chegam a rasgar-me.
_ Foi mal!
_ Só faço o que mandam.
_ Pode até ser, mas você apaga o que escrevo e ainda machuca o caderno.
_ A culpa não é minha!
_ Agora fiquem quietos que a Melissa vem vindo.
_ Já vi, já vi. Tchau!
_ Tchau!
_ Tchau!

Então a menina pega o lápis, a borracha e seu caderno, coloca-os na mochila e sai. Terminando com a conversa.

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Texto e criação do autor J.C.Hesse, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa é uma entre as melhores decisões que eu já tomei em toda a minha vida!

Beijo,
www.estanteseletiva.com

Fabiana Cardoso disse...

Muito bom Hesse, e o finalzinho ficou bem divertido!

abraços
Fabiana Cardoso

www.fabianacardosoescritora.wordpress.com

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