quinta-feira, 9 de maio de 2013

Doença literária pega?






Já ouviu falar sobre doença literária? 

Talvez ainda não aconteceu com você, mas basta dar uma voltinha pela internet que logo encontrará o tal mal ou vestígio destas aí: 

Bipolaridade literária - de repente você quer escrever algo, depois quer outro algo mais, digamos, aprimorado. Depois você apaga o que escreveu, e reescreve para ver onde precisa mudar. Você olha, e nada te agrada, então você se levanta pelo menos umas dez vezes com desculpa de ir tomar água ou um café, e volta totalmente reformulada para o mesmo texto, mudando, se duvidar, até o nome da personagem. 

Disritmia literária - Após o término da escrita de um livro que te envolveu da cabeça aos pés, você se deita e não consegue dormir. Quer comer e não desce, então, você chora à toa e passa a sonhar com os personagens. Hora ou outra se vê pensando neles como se existissem, e dá uma saudade nem se de quê, então, o corpo e a mente reage - um complexo de sintomas diversos e variáveis que se caracterizam por episódios periódicos e transitórios, capazes de alterar o estado da consciência, associar-se a alterações dos pensamentos que se movimentam como convulsões psicológicas, e transtornos do sentimento, das emoções, da conduta, ou tudo isso junto. 

Esquizofrenia literária - seus amigos, familiares, namorad(a)os, chefe, vizinhos, até seu cachorro - todos já perceberam que você de vez em quando anda pelos cantos, conversa sozinho e tem amigos imaginários. Certamente, eles não entendem quando numa mesa farta em pleno domingo, seu pensamento voa, e de repente, você acha a solução para aquele trecho do livro que estacionou a inspiração, então, você dá um grito, e diz - é isso mesmo! Poxa vida! Como não pensei nisso antes, obrigada Clarice!!! Ohhh!!! Então seus familiares te olham de forma esquisita, e você se levanta da mesa e corre para o computador, e começa a escrever e falar enquanto escreve, como se em algum minuto deste diálogo (monólogo) estranho, alguém lhe responderá. Na verdade, até respondem, sabe... Mas você é o único que escuta. 

Doenças causadas pelo oportunismo - Esta doença costuma contagiar pessoas desprovidas de autoestima, sorte, coragem e segurança. É comum vê-las debaixo de chapéus alheios que fazem sombras largas ou acompanhadas por pessoas que soam abundantemente para conseguir seu objetivo do dia. Elas não se entregarão facilmente, não conseguirão confessar seus pequenos pecados, haja vista, o tamanho de sua incapacidade de enxergar além do que seus olhos podem ver. Elas querem e precisam viver assim. É como a ameba que você retira de seu habitat, e a coloca em algum lugar limpo, forçando-a a tomar atitudes que antes não era possível pelo curso natural das coisas - morrerá com o antídoto que não se adequa sem maltratar sua natureza. 

As pragas literárias não são amigas de ninguém, no entanto, conseguem escrever sobre amizade; conseguem dizer eu te amo sem ao menos ter passado um mês olhando para sua cara no dia de sua pior TPM. 

Elas são boa praça, gentis, servis, visionárias, conseguem olhar para dentro do seu bolso e perceber o futuro ali, sem haver sequer alguma previsão de se ganhar uma moeda. Mas não se engane, são oportunistas - fazer-se-ão de amigas. Conhecem seu ponto fraco. Ouvem tudo que você tem a dizer, e depois usam isso para atingir na surdina. 

Literário que sofre do mal da vitimização - uma estratégia que colocaria Napoleão Bonaparte no chão. Ela chorará quando quer te convencer de que está sofrendo, e que seu único remédio é ver seu rosto corroendo-se na vontade de fazer algo para salvá-lo. E acredite... Ela te convencerá... Aliás, ela convencerá a você, ao seu amigo, todo o Youtube, Twitter e Facebook de que o mimimi é necessário para se chegar a algum lugar. 

As doenças literárias também se encontram naqueles que gostam daquilo que é do outro, que só sabem ver um único interesse no Universo  - o seu! Sim, o seu interesse é o maior, o melhor, o mais urgente. Então ele briga e faz chantagem primeiramente, se não der certo, te difamarão no Twitter, depois de gritar aos quintos ventos de todo o Planeta, passando a bolar planos mirabolantes. Quando vê que você, apesar de toda pressão psicológica, continua trabalhando, mantendo a serenidade, e ainda de quebra, se dando bem, ele irá se comportar como nas frases ridículas que inventam por aí - a mina pira - pois seu tempo para construir algo é ocupado exclusivamente para se distrair e gastar suas energias com os resultados de seu trabalho, e o quanto ela o odeia. Então, ele tenta uma, duas, três vezes te queimar nos sites de fofocas da vida. Se acabar a graça, inventarão contas usando seu nome, sua foto, postando como sua autoria, textos pornográficos, te dando nicks sugestivos. 

Por outro lado, as doenças literárias também estão naqueles que te cantam no facebook, tentando se vender para conseguir uma boquinha, afinal, você tem o que ele precisa, e o que ele tem, apesar de você não precisar, ele jura que lhe é útil, e que logo nas primeiras palavras lindas, fofas e cativantes, você o pedirá em casamento ou se declarará dizendo-se profundamente apaixonada por sua ingenuidade em pensar que é o único que faz isso. 

Pedras pra que te quero? Para jogar bem na cabeça de quem não consegue ver meu talento! Então a doencinha insiste, não deu certo, ela irá te xingar de todo nome, e sua mãe receberá qualquer denominação, menos a de santa. E você terá pesadelos infindáveis com o som das letras deixadas carinhosamente para você em seu email, inbox, etc - Eu sou o letra de ouro e você é um lixo! 

Por fim, temos os doencinhas que não podem ver livros. Sim, não existem os gastadores compulsivos, que não usam a metade do que consomem, mas querem ver tudo que compram ou ganham em seu armário? Pois é, é mais ou menos assim. Uma hora eles ganham, outra hora eles compram, mas ler mesmo, pra quê? Se precisam apenas para tirar foto e postar no facebook? Certamente vão te perseguir se ver seu nome na capa de algum livro, e te mandar mensagens de hora em hora (sempre a mesma que mandam para todo mundo). Daí você não responde, então... Eles te mandam pontos de interrogação (???) Seja no sábado, domingo, feriado, no dia que você acabou de postar que perdeu alguém que querido. Aí, de saco cheio, você responde e diz com todas as letras que não deseja tal parceria, então, passam-se dois dias, e seu inbox está lotado com a mesma mensagem, tudo de novo, como se ele tivesse problema de memória. E a terceira frase é assim - você poderia me mandar um livro para resenha? Porque a primeira ele dirá que seu livro que viu no site de outra editora (que não é a sua) é tentador. A segunda ele pedirá a parceria, e a terceira, tcham tcham tcham - o livro, claro! Mas cuidado hein... Tem muita gente séria por aí, que não confunde apoio com comércio, nem aptidão e gosto pela leitura com manias. Os verdadeiros amantes da literatura e incentivadores dos nacionais não pedirão seus livros aos montes, inventando projeto suspeito, vendendo seus livros para o sebo, pegando a grana, e depois, ainda sai pedindo caixinha para participar de outros eventos. 

Well, passando pelos corredores literários, você vê um monte de Aedes aegypti na cozinha, fazendo chocolate para a madrinha... Potti Potti, perna de pau (cara de pau) olho de vidro e nariz de pica-pau. - Já viu literários panelinhas? São os reis da fofoca privada. Você chegará num evento, e eles não olharão na sua cara, mesmo tendo cansado de olhar suas postagens durante o dia. Seu nome não sairá em lista de eventos que eles participam, desista! E não adianta puxar o saco, pois no mínimo, isso não significará quase nada. 

E por último - calma, logo surgirão novas espécies - os doencinhas que te perturbam, te incluindo nas conversas em grupo no inbox; gente que você nunca conversou, de repente, estão lá, aproveitando a oportunidade para fazer isso de uma vez só - você e mais 40, 50, 60... É preciso vender o peixe uai! E não é na padaria, e sim, na peixaria mesmo. Nesta classe estão os que te marcam em postagens que eles juram que acreditam que você é obrigado a ler, comentar, elogiar. Em datas festivas, desista! Saia do facebook, vá lê jornal, revista TV, porque o assunto será bem menos hipócrita. A puxação de saco é até divertida para quem não esquenta a cabeça em ver a todo o momento, alguém comentando algo que o facebook diz - fulando comentou uma foto sua, huaaa, sem ser sua, mas alguém acha que é bacana ter seu nome lá. 



Bem, chega! Eu hein?! 




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