sexta-feira, 1 de novembro de 2013

POV - 3a pessoa

POV 3a pessoa se divide de 3 formas:


  • 3a pessoa Objetivo
  • 3a pessoa Limitado
  • 3a Pessoa Onisciente

Vou falar um pouco de cada, para que você os conheça e perceba a diferença entre eles.

Objetivo


Ao utilizar o POV Objetivo, é apenas "contar os fatos". O leitor não pode entrar na mente de nenhum dos personagens, nem saber seus sentimentos ou emoções. O leitor tem que julgar o que o personagem está pensando por si só, apenas sobre aquilo que estão vendo e do que os personagens estão dizendo. É interessante, pois é como a vida real - você julga os outros pelas expressões faciais, o que eles fazem ou falam, mas não pode ler o pensamento de ninguém!

A vantagem desse ponto de vista para você, autor é que ele te ajudará a ser um melhor escritor, ja que ele te obriga a "mostrar e não dizer".

Se você se sente inclinado a esse estilo de escrita, é importante observar as pessoas (bem, todos os escritores fazem isso, mas nesse caso é ESSENCIAL). Veja como as pessoas agem e reagem, como funcionam suas expressões faciais, linguagem corporal, como andam e se movem. Lembre-se de que o jeito com que as pessoas se vestem, o que compram e onde moram, também refletem suas personalidades.

Você precisará disso, pois não poderá dizer o que os personagens pensam ou sentem, mas terá que mostrar isso através de suas ações. É um tipo de escrita bem sofisticada e bons autores se baseiam nela pois sua maior vantagem está em dar ao leitor a chance de impregnar as páginas com seu próprio julgamento.

Trecho no estilo Objetivo:

John riu oco. "Você está brincando", disse ele. A luz neon brilhou em seu rosto, transformando-o em amarelo medonho.
Verônica balançou a cabeça lentamente. Seus dedos estavam ocupados rasgando um pedaço de papel manchado por suas lágrimas. "Não estou, é verdade."
John levantou-se e bateu o punho contra a parede, com força. Ele estava balançando a cabeça em descrença "Vou embora", disse em voz lacônica.

É uma poderosa forma de escrita se bem utilizada... mas sua maior desvantagem é a falta de intimidade com o narrador e com os personagens, afinal, em nenhum momento é dito como John ou Verônica se sentem.


Limitado

Neste POV o narrador - e o leitor, por consequencia - só saberá o que está acontecendo na cabeça de UMA pessoa. Ou seja, verá os eventos pelo ponto de vista de apenas um personagem (como o em 1a pessoa), mas escrito em 3a pessoa. Isso poderá ocorrer durante a história toda, ou não, pulando de personagem em personagem de acordo com as cenas e capítulos.

Se você escolher contar a partir de POV diferentes (diferentes personagem) o truque é sempre escolher o personagem mais afetado pela cena em questão! Assim, por exemplo, se você tem alguém que precisa dar uma má noticia para outra pessoa, escolha narrar essa cena do POV da pessoa que receberá essa má notícia.

Da mesma forma que o POV Objetivo, você poderá narrar expressões faciais, movimentos corporais e etc, mas criará uma empatia maior do leitor para com os personagens por demonstrar como eles estão pensando. Não esqueça de que, apesar de estar em apenas um personagem, você ainda deve descrever como os outros reagem, aparências e expressões - mas não sentimentos!

As vantagens do POV Limitado são:

  • É quase imediato e íntimo quanto a narração em 1a pessoa, sem restrição de relacionar o que o narrador vê com o que o personagem vê ou experencia; Você pode inclusive descrever eventos quando o seu personagem POV não está presente!
  • É mais fácil descrever o personagem em si, pois você pode dizer como o seu personagem é, sem que ele precise se olhar no espelho.
  • É mais fácil incluir subtramas e até histórias paralelas.


Onisciente

O narrador onisciente em 3a pessoa é o "sabe tudo" o senhor "Deus"!

Como também ocorre no POV Limitado, há um narrador que não é um personagem, contando essa história e a diferença entre eles é que o narrador onisciente está na cabeã de todos os personagens ao mesmo tempo e o tempo todo!

Um exemplo para clarear:

John riu oco. "Você está brincando!" disse ele, perguntando-se como diabos ele iria superar isso!
verônica balançou a cabeça lentamente. Seu coração estava partido em ter que dar-lhe essa notícia. John levantou-se, bateu o punho contra a parede, mas isso não fez com que a fúria que corroía sua alma dispersasse. "Vou sair agora", ele disse, pensando que não poderia mais suportar ficar ali por mais um segundo sequer. Verônica não se moveu, sabia que ele estava chateado agora, mas que John ainda ia ficar com ela.
Percebe como esse narrador consegue dizer ao leitor tudo o que se passa com os personagens? O que cada um está pensando além do que fazem, como agem, etc?

A unica vantagem dessa narrativa, é produzir um maior conhecimento da história ao leitor, ao final, ele acaba sendo onisciente também.

Porém, existem duas desvantagens:


  • O leitor tem uma visão ampla, mas não íntima. Ele não conseguirá se identificar com um personagem em particular e de forma específica. Há inclusive o grande risco de que o leitor perca o interesse na história, ou não se importe com ela, pois não se sente como um personagem se sente.
  • Esse tipo de narração pode ser bem desconcertante e promover quebras de imersão quase que o tempo tempo. Especialmente se você começar com o pensamento de um personagem e de repente, narrar o que outro está pensando. - Ou seja, ele fica fora de transe, o que nem sempre é bom.


Autores bons conseguem tirar um ótimo proveito dessa narrativa, Gabriel García Marquez, por exemplo, narra muitas histórias como narrador onisciente - quem sou eu para julgar, não é mesmo?!

O problema é que muitos leitores não gostam disso, preferem se ater a apenas um personagem de forma mais íntima, por isso preferem um personagem-narrador ou um ponto de vista em 3a pessoa limitado. 

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