segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Roteirizando Gibis, Tiras e Histórias em Quadrinhos

O roteiro empregado em gibis e tiras é menos textual e mais visual. Por esse motivo que a ação e o humor devem ser mais desenvolvidos, porque a narração passa a ser um pouco desnecessária, dependendo do enredo.
O roteiro de tira funciona como uma piada. A piada deve ser rápida e prática, sem rodeios, porque fará algo que conhecemos no teatro como "golpe cênico", que é quando uma cena não precisa ser esmiuçada. A plateia capta e reage na hora (com risos, surpresa ou emoção), demonstrando entendimento.
Exemplo: qualquer cena engraçada, trocadilho ou pensamento filosófico pode ser transformada e adaptada para uma tira. Tudo dependerá da praticidade e criatividade.
Já o roteiro para quadrinhos exige enredo. Precisa-se pensar no que você quer focar ao elaborar a aventura de humor ou de ação para o seu personagem e os seus coadjuvantes.
Uma dica para se ter muita criatividade e desenvolvimento para os seus personagens é desenvolver a biografia dos personagens e a trama em volta. Há mais de 80 anos que a Família Disney se estende e por centenas de milhares de histórias em quadrinhos. Isso porque todos nós conhecemos o que acontece em sua "civilização". O Mickey, apesar de ser um camundongo antropomórfico, é o típico jovem adulto americano, com seus problemas pessoais como um emprego modesto, pouco dinheiro, um noivado atrasado, os sobrinhos para tomar conta, entre outros eventuais problemas. Junto com isso, ele também tem bons amigos e alguns inimigos que são necessários para que ele tome decisões inteligentes. Esse arquétipo também é empregado no Donald, na Minnie e na Margarida (os três também são jovens adultos com noivado, emprego simples, pouco dinheiro e sobrinhos sob suas responsabilidades).
Outro exemplo são os super-heróis dos quadrinhos. Se você perceber pelo menos 98% deles são órfãos. O impacto da tragédia e da perda que os motivam a tomar uma atitude punitiva a favor da sociedade, sempre com um apelo extravagante. O vilão que transforma o herói. Quanto mais o herói ficar atrelado à problemas pessoais, como a família, emprego e relacionamentos, mais humanizado ele se tornará, ganhando identificação e caindo no gosto dos leitores. E para dar mais construção e desenvolvimento, é só investir na biografia dos personagens coadjuvantes, com drama e humor na medida certa.
Quando for desenvolver roteiros para uma série de personagens, seja infantil com humor ou jovem com ação ou até mesmo adulto com drama, primeiramente elabore toda a biografia do grupo de personagens, além da história do local. Desta forma, qualquer temática fluirá naturalmente para desenvolver qualquer tipo de história.

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