quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um Brasil que ninguém quer ver...






A exclusão e seus reflexos
por Adriana Vargas de Aguiar

É notória a fenda interruptora dos vínculos sociais. O enfraquecimento desses vínculos se forma através da força de uma fragilidade exposta, diante da massa populacional, e organizacional de uma política que investe na dependência automotora, psíquico-social, rumo à ruptura, e em busca de uma igualdade. Pode-se perceber claramente, um negro que ao ter resultados negativos em sua labuta, na oportunidade primeira de um emprego, logo toma para si, reflexos causados pelo preconceito, uma crescente estigmação por axiomas que agregam a denominação de inferioridade passiva; transtornos que vetam sua capacidade de construir uma autoestima em busca de mudar o que incomoda a si mesmo, o que não depende apenas, de uma consciência individual, pois o mal atinge não apenas a quem sofre dele, consequentemente, a quem também o produz.  O câncer cultural, estereotipado pelo preconceito, mesmo não sentido em cada individualidade componente de uma massa, produto, ou não de preconceituosos, promove em detrimento de toda uma nação, o desgaste para uma marcha motivada que poderia tornar verídica a faixa – ordem e progresso!Ainda vive-se de encantamento e utopia no seio do Brasil. Ouça-se em seus arredores, diversificadas criticas infundadas, apenas baseadas no amparo do egotismo, mas incapazes de se olhar para dentro; para as responsabilidades que se ficaram por fazer; na parte individualizada, o que certamente mudaria o contexto, se inspirada na determinação costumeira de um desejo semeado desde já, a partir do plantio da conscientização. O governo não é o único responsável por esta quimera; pois que, todos, sem exceção, são responsáveis pela criação educacional que prestam aos seus filhos, e o modo como serão preparados dentro do seu lar, bem antes de adentrarem os primeiros passos aos seus direitos e deveres como cidadãos. O governo não adentrará os lares brasileiros, envolvendo-se com a parte pessoal que cabe a cada um; bisbilhotando o modo como estão sendo orientados os olhos dos filhos do Brasil para enxergar, através ou não, de um foco sob o prisma de uma religião; ideologia ou educação tradicionalista hereditária dos antepassados de uma geração familiar. Todos são livres para viverem suas vidas, de modo a respeitarem a liberdade de outrem, porém uma liberdade cheia de lacunas que não podem ser alcançadas por uma destra estatal, onde se encontra os valores íntimos que constroem a dignidade humana individual. Mesmo diante de um percurso dificultoso de se gritar pela liberdade, em tom universal, há de utilizar da liberdade individual em se expressar – uma nação só será vista como verdadeiramente livre e democrática, quando conseguir ser vista como uma sociedade que cresce em conjunto de uma consciência que não irá poupar os fatos construtores de verdades; o mundo esta cheio de hipocrisia idealizada; os filhos do Brasil têm o direito de ser criados mediante uma possibilidade digna da realidade para que em um dia promissor, possam desmistificar as ideologias arraigadas e inúteis plantadas em seus lares que promovem o preconceito escondido nas sedes da ignorância ou hipocrisia, do mesmo que possuem o direito de se enxergar a olho nu, o que o Estado faz ou tem feito para se mudar esta situação; deste modo, talvez se torna mais fácil o seu posicionamento perante a parte que lhe caberá um dia,  em cessar a transmissão do câncer cultural aos seus  futuros herdeiros no seio de nossa nação; a mediocridade que lhes obrigam a crescer como cegos em um mundo pseudoalternativo.

           A fadiga impede o crescimento ambulatório de emergentes pensamentos condutores na formulação de idéias que revolucionariam caminhos distantes da mediocridade imposta pelo status mentirosos do bem estar. Há de se observar a epistomologia do vasto campo da exclusão, possibilitando a prática em delimitá-lo, desde que não se tenha paralelos em admiti-los em justificativas que beneficiam apenas a individualidade de cada um, ao ver com olhos sinceros os indivíduos desprezados pelo mercado crescente, que ilude sob o conceito de aprimoramento, ao abrir suas portas aos melhorados que alcançaram êxito à base de pais bem sucedidos que puderam investir na educação e oportunidades; e os que procuram este êxito sem encontrá-lo, que não possuem pais bem sucedidos, quando vão alcançar as mesmas oportunidades? Serão os desempregados pela ignorância social? Esses indivíduos perdem a sua força e seu valor para a luta do que foram buscar; passando a ser rotulados como heróis de um sonho épico. Uma utopia que assim, foi deixada como herança pelos bravios iluministas.
   

                        


    






A HERANÇA DE NOSSAS VAIDADES





O cotidiano medíocre

Nasci, e tão logo me deparei com fatos que antes até achava engraçado...
Quando entendi o significado das coisas, envergonhei-me de nascer; os valores que aprendi quando criança, ridicularizado pela massa opulenta que ostenta seu status; pisando nos pequenos, vistos assim, pela sociedade, porém, são esses pequenos que possuem a combustão; a conflagração moral dentro de si; são os que passam fome; os que não perdem a fé diante do desprezo; da indiferença e dos seus próprios sonhos.
Os que riem de sua própria desgraça; achando graça - o que há de se fazer? Os que nos ensinam a levantar sempre que machucamos a ponta do dedo... Que nos levantam da cama depois de perdermos o emprego... Os que nos ensinam a orar; a pedir... A acreditar...


Hoje digo dos remelentos; sujos e pobres. Digo sobre aqueles que, esquecidos nas calçadas, ainda sonham quando dormem; sonham quando acordam e não se envergonham quando lêem um jornal através de uma vitrine.
Não vale a pena citar a fraude moral; a corrupção; a desigualdade... O pseudoheróis do Planalto Central... Vale a pena olhar, com respeito; misericórdia e agradecimento pelos heróis anônimos; heróis sem estrelas no peito; sem sapato; sem carro... Os heróis de pés no chão...
 Os heróis que me fortalecem; encorajam-me, a cada vez que penso em desistir. A cada vez, que, movida pelo egocentrismo, insistir em acreditar que meu problema é o maior do mundo. Não preciso ir muito longe; se sair do meu umbigo; se eu tiver coragem de olhar nos olhos da mãe que perdeu seu filho; da criança que chora de fome; do ser humano que dorme na rua, logo vejo; sinto e comprovo... É... Eu sou feliz!


Texto e criação de Adriana Vargas de Aguiar,  EXCETO AS IMAGENS, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.

4 comentários:

amandio sales disse...

É a realidade triste e alguns politicos querem o brasileiro sem leitura e dependente, assim eles fazem o que querem!
Se reelegem e deturpam eleitores cegando-os...
Beijos milll

A Outra Face de Mim disse...

MUITO BOM..DE OLHARES ASSIM PRECISAMOS NO MUNDO..SERES QUE NÃO SE ESQUECEM DE SUA HUMANIDADE NUNCA...SERES QUE OLHAM AO LONGE..AGORA VIVEMOS NA ERA DO INDIVIDUAL. ONDE O ESPAÇO NOSSO VAI FICANDO ESCAÇO.

Átila Siqueira. disse...

Bom, primeiramente eu tenho que comentar essa postagem com aplausos. Eu nem sei o que comentar, então, vou dizer apenas o seguinte: Precisamos de trabalhar cada dia mais para construir um mundo mais igualitário, onde a prioridade seja a justiça social e o fim das desigualdades. É nisso que acredito.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Jorge Sader Filho disse...

Esta é uma afirmação corajosa, Bela Adriana!

Carinho,
Jorge

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