sábado, 8 de outubro de 2011

Vida Perdida


Imagine que você tenha novamente 12 anos de idade. No domingo, você, no início de sua juventude, combina com sua melhor amiga para darem uma volta por aí, apalpando o mundo que ainda é novo pra vocês. Vão ao shopping, pegam um cineminha e comem no McDonald’s. Um domingo que pretende ser relembrado pelo resto da semana com o pessoal do colégio, até que a história seja substituída pela aventura do próximo final de semana. E vocês planejam fazer isso pro resto da vida, afinal, serão inseparáveis. Planejam ir pra balada juntos quando tiverem idade, prometem ser padrinho de casamento um do outro, até padrinho do filho de um e de outro.

Mas aí acontece o que ninguém imaginaria. Uma separação forçada. O término de uma amizade que mal começou. O término de uma vida precoce, sem experiência, sem alegrias o suficiente, sem fortes emoções.

Um desconhecido interrompe a sua história de final de semana relembrada pela oitava vez. Você se assusta, seu reflexo te joga para debaixo da carteira, que forma um frágil e único abrigo. No desespero e gritaria única, você não consegue pensar direito.

Sua mão então sente um líquido quente e espesso. Você não quer ver, mas seu cérebro precisa raciocinar e entender do que se trata. E ao virar o rosto, seu olhar se fixa no de sua amiga, deitada no chão, olhando para você. Olhos ofuscados. Olhos sem vida.

E toda aquela promessa vai se esvaindo, todo aquele sentimento da juventude explodindo em seu peito vai desaparecendo. O choque é tão grande que nem chorar você consegue. Seu ouvido também já não escuta mais os gritos de súplica das outras pessoas, que imploravam por suas vidas que se calavam juntamente com o grito de desespero.

Silêncio. O mundo para de girar, o chão desaparece e você se vê em um local cujas paredes, teto e chão possuem a cor de um nanquim melancólico. E, de forma repentina, tudo volta, como se seu cérebro voltasse a funcionar depois de uma pane. Você conseguiu fugir da morte, mas não há limites para suas lágrimas.

17 comentários:

amandio sales disse...

Parabéns pelo texto!
O cenário triste e a cena assustadora.
O medo as vezes faz-nos repensar como seria o mundo sem violência o mundo com menos egoísmos.
Abração
Amandio Sales

Anita de Castro disse...

Evanir é triste
Mas estou aqui para deixar meu carinho e admiração

Ordem do Saber disse...

Parabéns pelo texto.
Triste, mas muito bom.
A vida pode terminar de uma hora para outra, mas as lágrimas...bem...elas sempre duram mais do que a vida. Isso é fato.

Um bom sábado.

SOL da Esteva disse...

Evanir

Parece haver, por cá, muita tristeza á solta.
Gostaria poder ser o elo para elevar quem sofre.
Saber ser e saber estar, é bem mais difícil que o que se nos depara.
Texto bem conseguido e a dar para meditar por longos tempos.

Beijos

SOL

sonha-gleide disse...

Oi flor,meu nome é Sonha Gleide,muito lindo o texto,vim conhecer seu blog,adorei seu blog muito lindo e fofo,já estou te seguindo e vim te fazer um convite, da uma passada no meu blog é se gostar e me seguir será muito bem vinda,bjus
http://blogdasonhagleide.blogspot.com

Karine Marinho disse...

Parabém pelo texto. Graças a Deus nunca tive - e espero nunca ter - uma experiência dessa. Já é doloroso o suficiente vê-las pela TV.
Beijos,K.
Girl Spoiled

Unknown disse...

Daqui a alguns anos estará mais arrependido
pelas coisas que não fez do que pelas que fez.
Solte as amarras! Afaste-se do porto seguro!
Agarre o vento em suas velas!
Explore! Sonhe! Descubra!

(Mark Twain)

Beijos & Flores.....M@ria

O N Z E P A L A V R A S disse...

Evanir, muito obrigada pelo comentário e por passar a seguir meu blog. Eu já estou seguindo o seu e dos outros autores desse blog. Muito bacana esse clube. Adorei.

Unknown disse...

Olá Evanir,

Vim te agradecer os votos de felicidades por ocasião do meu aniversário e te convidar a visitar o meu outro blog pois coloquei lá umas fotos que acho que vais gostar.
A esperança é a última a morrer e um dia que venhas cá terei muito gosto em ser tua guia.
Beijocas e bom fim de semana.
São

Marli Carmen disse...

Lindo texto!!!!!

Elvira Carvalho disse...

Um texto forte intenso que nos rasga a alma de cabo a rabo. E que não pode deixar ninguém indiferente, muito menos quem é mãe. Não percebi de quem é o texto mas seja quem for o autor meus parabéns por ele, uma chamada de atenção para a pedofilia e para o sofrimento da criança abusada.
Um abraço e bom Domingo

Evanir disse...

Querida Amiga Adriana,
Já estive aqui hoje de manhã agora venho parabenizar você pela entrevista .
Foi brilhante simplesmente fiquei encantada e feliz.
Seus livros são um grande referencial recomendo a quem gosta de uma boa leitura.
Um beijo no coração .
Te Amo.
Um feliz Domingo.
Evanir

Evanir disse...

Amada eu sei muito bem como é ficar do outro lado da vida.
Te Amo.

Evelyn Dias disse...

Bonito texto, mas triste nas entrelinhas. Obrigada pelo carinho de sempre. Abraço!

Vanessa_Oliveira disse...

Parabens pelo texto.
^^
Bjim***

Anônimo disse...

Deveríamos ser como borboletas,
e ter a coragem de enfrentar
a metamorfose da vida,
para sermos livres.

Patty Vicensotti

Feliz Domingo e uma semana abençoada.
Beijos de coração prá coração! M@ria

Unknown disse...

Um texto doloroso !!! Fecho os olhos e tento imaginar esse momento de pavor, essas sensações que paralizam a mente humana.
Parabéns Ariel pela escrita tão envolvente que nos prende até o final querendo mais.

Beijos
Irene Moreira

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