Este texto é parte do livro, Diário do Zézu. Caso haja interesse em ler parte do que há no diário, basta acessar aqui. Divirtam-se e mostrem seus trabalhos.
Voltamos a caminhar e cinquenta metros à frente, um córrego, com
pouco mais de cinco metros de largura. Tecno já ia começar a entrar na água,
para atravessar.
_ Onde pensa que vai, rapazinho?
_ Atravessar!
_ Esta água só pode ser bebida ou navegada!
_ Deve estar brincando, posso ver o fundo. Nem barquinho de papel
flutua aqui!
_ Meu jovem, se digo que não é para atravessar a pé, não é! Apenas
obedeça! Aguardem aqui, aproveitem para saciar a sede.
Abaixei e peguei um gole de água e bebi, senti minha sede ficar
saciada. Pedi que Tecno experimentasse a água e teve a mesma sensação. O
pequeno cão deitou e ficou quieto, apenas nos observava.
_ Vou atravessar, dar uma rápida olhado do outro lado e já volto!
- Tecno ameaçou pisar na água e o cão saltou, ficando muito próximo das pernas
de Tecno, rosnava e mostrava os dentes. Tecno saltou para perto de onde eu
estava e o cão voltou para o seu lugar, deitando novamente.
_ Que foi? Não ia atravessar? - Brinquei.
_ Melhor esperar, não é mesmo? Este bicho não gosta de mim.
_ Acho que ele apenas obedece o que o velhote pede. - Também
fiquei intrigado com o bicho, mas não foi isto que mais intrigou.
_ Tecno, olhe as suas mãos!
_ JC, seu rosto, sumiram os machucados.
_ Será que foi a água?
_ Não sei! Vou lavar os braços e ver o que acontece.
_ Também vou. - desta vez o cão não fez nenhum movimento. Parecia
saber exatamente o que iríamos fazer.
Lavamos nossos braços e realmente, alguns minutos depois, não
havia mais nenhuma contusão. Comecei a registrar tudo que estava acontecendo
até ali. Algo me dizia que se não o fizesse, poderia esquecer de algo. Mais
alguns minutos e o velhote voltou, carregava um punhado de folhas, pensei que
faria uma fogueira.
Preparava-me para perguntar sobre a água e ele atirou as folhas
dentro da água. Um redemoinho se formou e uma canoa de folhas surgiu,
praticamente do nada. Tecno adiantou-se e começou a apalpar. Olhava para mim e
tentava dizer algo, apenas olhei para o velhote. Ele pegou o seu cachorrinho e
subiu, entre as folhas, Tecno o acompanhou, maravilhado.
Quando subi, a bordo, vi que realmente eram folhas. Estavam
dispostas como escamas, formando o casco da embarcação. Pensei ser um barco
inflável, mas olhando de perto via que não poderia ser.
_ Mas como? Como fez isso?
_ Na mata, há muito o que pode ser utilizado em nosso benefício,
mas estão destruindo tudo.
_ Mas como? A pouco a água curou nossos machucados. E agora isto,
um barco de folhas?
_ Quem é você? - Fiz a pergunta e no mesmo instante embarcação
arrancou. Somente o velhote e o cão ficaram de pé, provavelmente sabiam do que
iria acontecer. Segurei na borda e levantei o corpo. A embarcação deslisava
sobre as águas, como se fora uma lancha, mas sem motor.
A velocidade diminuiu e logo estávamos dentro de uma lago,
chegamos na sua beirada e descemos. Quando todos colocaram os pés no chão
firme, o barco simplesmente desapareceu, desfez-se.
_ Quem é você? - Eu já imaginava a resposta.
_ Zézu, a seu dispor. - Cai sentado.
Texto e criação do autor J.C.Hesse, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.
Um comentário:
Oie,
Vou acessar o link pra ler mais um pouco, mas já essa parte achei muito boa.
bjoss
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