quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cuidado com os Oportunistas!


Na carreira artística, não só no nosso caso (escritores), mas também com músicos, cantores e atores, é muito comum aparecerem certos "profissionais" em busca de uma "oportunidade" com intenção de "ajudar" na carreira do artista.
Eu trabalho desde os 14 anos. Comecei em gráfica, depois cursei teatro profissional, onde fiz teatro e dublagem e depois fiz faculdade, trabalhei em imobiliária, seminário e fui estendendo nas formações teológicas. O hábito de ler e pesquisar muito e ter que escrever muitas resenhas, teses e sermões, acabou desenvolvendo a vocação para a carreira literária, que mantenho até hoje.
Durante essa trajetória, aconteceram altos e baixos e também muitas decepções. Eram amizades mal-intencionadas, invejosas e muito oportunistas. Na época de designer  eram muitos clientes pedindo "ajudinha" no layout da firma, que eles classificavam como "coisa simples" em busca de mendigar a redução do valor do serviço o máximo possível.
No teatro e dublagem, a mesma coisa. Propostas mirabolantes de papel de destaque, porém "o orçamento da peça era curto e não tinha dinheiro o suficiente para pagar os atores". "Mas a oportunidade de propagação da carreira dos atores era ótima", segundo eles. Isso não me importa! Se o nome do ator/dublador não for divulgado na filipeta/crédito da produção é crime trabalhista e o diretor/produtor é autuado por INADIMPLÊNCIA FISCAL por praticar apropriação indébita (art. 2º da Lei 8.137/1990). Divulgação do artista profissional é mais do que a obrigação.

Na minha época de corretor de imóveis, não era escalado para vendas importantes porque também não tinha o registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), então fechava vendas "pelas sombras" do corretor credenciado e assim ganhava as "migalhas" das vendas que ele finalizava e carimbava no escritório dele. Quando o loteamento acabou, ganhei um aperto de mão com tapinha nas costas e uma "promessa" de ser convocado para o próximo empreendimento. Trocando em miúdos, foi como se eu tivesse escutado: "Valeu, Leo! Agora cai fora e se vira por aí! Boa sorte, otário!"
Apesar de tudo, o meu ex-chefe não era oportunista. Foi o mais franco, sincero e realista que eu tive. Por ele também ser advogado, ele sabia muito bem das questões  trabalhistas e transtornos que ele poderia ter em contratar um funcionário para um mercado tão escorregadio que é a corretagem. A partir daí, comecei a notar como era importante me profissionalizar ao máximo para impor um "respeito profissional".
Me formei em Teologia, enquanto trabalhava em uma empresa de call center, no mesmo tempo em que eu fazia estágio (gratuito, porque tem que ser mesmo) em uma pequena igreja. Acreditem, mesmo sendo teólogo formado, recebi duas propostas para ser pastor auxiliar de graça, enquanto os pastores titulares ganhavam entre dez e doze salários mínimos.
Atualmente, trabalho GRATUITAMENTE como professor de escola bíblica dominical e faço capelania em hospitais e asilos. Essas atividades NÃO SE DEVEM COBRAR. São nossas atividades religiosas, a qual me comprometo. Porém, as atividades a qual você assume compromisso burocrático, como professor de seminário e/ou administração eclesiástica, esses ofícios sim devem ser pagos, conforme o estatuto da instituição.
Hoje, também sou escritor profissional. Sou credenciado e reconhecido por quase 30 academias, sindicatos e associações literárias no país todo e também fora dele. Minha biografia é grande e me orgulho muito disso, porque prezo pela qualidade do serviço prestado aos meus leitores e também aos clientes. Escrevo GRATUITAMENTE para onze blogs, sendo quatro deles, religiosos e sete deles literários. Também administro sete páginas no Facebook. Nenhum dos blogs têm patrocínio; é uma atividade cultural literária compartilhada com os os outros colegas.
Mesmo assim, sempre vem um "parceiro" apresentando um "projeto" embrionário e espalhafatoso, com promessas duvidosas e mentirosas de que um dia, trará lucro. Pois bem, não custa nada sonhar, é claro, mas ter que se envolver em uma atividade mal-planejada, é um tiro na água.

Pra encerrar, vou explicar o que vem acontecendo comigo. Sempre sou cortejado para "colaborar" em algum desses "projetos". O espertalhão vem com aquela conversa de que o projeto está ainda em fase inicial e pergunta se eu posso dar uma "contribuição literária" (grátis). É sempre roteiro de teatro pra eu dar uma "ajudinha" e "quebrar um galho". Nem deixo a conversa prosperar. Quem quebra galho é macaco gordo.
Também aparece um colega escritor resmungando do alto serviço que um revisor e um diagramador cobram para preparar um livro. Corto logo o barato dele falando que o meus serviços de revisão e diagramação também são caros, sem "camaradagens".
Há algumas semanas, um colega da época do teatro veio com um convite para que eu desse uma "contribuição" em um roteiro de longa metragem. Só que não era projeto nenhum. Era apenas uma ideia mirabolante que ele mal sabia como iria solucionar! Isso é o mesmo que começar a construir uma casa pelo telhado.
Por ele ser uma boa pessoa e ainda ser muito leigo na carreira, mesmo assim dei minha contribuição. Expliquei que longa metragem no Brasil é meio surreal por causa do orçamento levantado (em torno de R$ 50 A 100 milhões). Aconselhei o meu colega a fazer a faculdade de cinema (Fundação Getúlio Vargas), o curso de Formação Executiva em Cinema & TV (com Processos de Criação e Produção) e o Curso de Roteiro Cinematográfico. Mandei todos os contatos e referências. Se pelo menos ele fizesse UM daqueles cursos, já conseguiria adquirir noções para amadurecer a ideia (o que ele muito precisaria), sem contar os possíveis futuros parceiros que construiriam a tal meta com ele. Dessa forma, ele poderia registrar e aprovar um projeto no Ministério da Cultura, com apoio da Ancine.
Agora, vão saber se ele se interessou em ir atrás disso??



MEU CONSELHO: Sonhar é preciso, mas não sonhe parado. Tenha fé, mas "a fé sem obras é morta" (Tiago 2:17). Se você se especializar e se tornar profissional, não precisará provar nada a ninguém, então descarte essas "parcerias oportunistas", onde somente o parceiro que ganha os mérito$. Corra atrás de seus objetivos, porque ninguém vai fazer nada por você.




Leo Vieira é autor do livro "Alecognição" (Editora Lexia) e mais 30 livros, ainda em fase de publicação. Escritor acadêmico em 28 Academias e Associações literárias; ator; professor; Comendador; Delegado Cultural em duas cidades e Doutor em Teologia e Literatura.




3 comentários:

Patrícia Oliveira disse...

Bom dia,

Li seu texto , inteiro, o que falar, realmente
a vida é dessa forma! As pessoas precisam sonhar mais com
os pés sempre ao chão, um ótimo ponto de partida para se refletir sobre várias questões.

Leo Vieira disse...

Obrigado, Patrícia. Infelizmente, muitos levam uma vida para aprender isso. Espero que muitos aprendam a acordarem a tempo e nunca perderem o foco.

ACADEMIA MACHADENSE DE LETRAS disse...

Você gostaria deter seu texto (poema, conto, prosa, ensaio, matérias de cultura em geral, biografias de bandas, artesanato, turismo, artes plásticas, saúde, vida, sociedade...etc) no blog FANZINE EPISÓDIO CULTURAL?
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