Eu
odeio postar indireta, mas essa carapuça vai vestir muito bem naqueles autores iniciantes que divulgam que fechou um
"contrato editorial", com um emotion sorridente, só aguardando a
enxurrada virtual de parabéns de colegas e blogueiros adicionados nas redes
sociais. Daí você também se prepara para congratulá-lo, mas descobre que o que
ele disse foi incoerente, mas também você não quer "jogar um balde de água
fria". Talvez o autor novato não entenda a diferença por ser leigo.
Outra
ocasião, em um encontro literário, conheci pessoalmente uma colega virtual, também
autora. Conversamos sobre nossos livros publicados e atividades literárias, mas
ela girava no assunto de que havia um "contrato editorial" com a tal
editora, mas que ela havia pago revisão, ilustração, diagramação, registros,
lotes, além de
cuidar
pessoalmente da divulgação. Perguntei se era uma editora por demanda e ela até
ficou contrariada, como que se aquilo fosse algo pejorativo.
Isso
tem me preocupado porque parece uma mistura de ingenuidade com arrogância e pseudo-estrelismo.
Independente de nossas vendas, todos nós, autores iniciantes, estamos no mesmo
barco e também não custa nada um pouco mais de aprendizado e
humildade.
Se
você não quer mais cometer gafes literárias, nem se iludir ou ser iludido; nem passar
por desinformado aprenda que ninguém fecha "contrato editorial" com
EDITORA POR DEMANDA, e sim "contrato de prestação de serviços". Há
diferenças gritantes entre os dois contratos, assim como entre as editoras.
Contrato editorial: A
editora investe em sua obra, com revisão, diagramação, arte da capa, registros
de ISBN, Ficha Catalográfica e Código de barras; distribuição em livrarias,
bancas e/ou lojas; publicidade, assessoria comercial, literária e jornalística;
venda e repasse dos royalties.
Contrato de prestação de serviços: O
autor que investe em todos os serviços gráficos, inclusive o lote. Não existe
departamento de marketing ou vendas. O livro fica em exposição no site. A
despesa dos serviços, lotes e a responsabilidade de vendas é totalmente do
autor/cliente.
Editora
por demanda somente nos oferece serviços gráficos. Se ela demonstrar que está
oferecendo serviço editorial sem custo, porém cobrando sutilmente ("é
grátis, mas você tem que comprar quinhentos livros"); ela então está te
iludindo. Mas se você fecha contrato de prestação de serviços achando que
editora é tudo igual, então você que se iludiu.
Ninguém
é menos escritor pelo fato de investir em sua obra. Se você acredita em seu potencial,
vá a luta, encomende o seu lote e desbrave o maravilhoso mundo literário.
As
editoras maiores enxergam números de vendas e por esse motivo, querem ver a sua
luta.
Leo Vieira
Um comentário:
Quando publiquei meu primeiro livro era jovem e ingênua. Não fiz uma pesquisa assídua sobre o mercado editorial, mas nem por isso me senti lesada ou iludida. Apesar de ter contratado uma editora sob demanda, que aliás cobrou um valor bem salgado pelos serviços gráficos, meu editor foi sincero comigo o tempo todo, me incentivando a divulgar meu livro, participar de eventos e tudo mais. Como primeira experiência, posso dizer que me ajudou muito em todos os sentidos ao mesmo tempo que foi um trauma meio chocante me deparar com a realidade do escritor brasileiro.
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