_ Décimo segundo andar, por favor.
_ Senhor, este elevador só vai até o décimo andar, desculpe.
_ Como assim? Cadê a garota que estava aqui, como ascensorista?
_ Não sei do que está falando senhor. Com licença, temos que subir. O Senhor vai?
_ Não! Desculpe. Ah! Só mais uma pergunta. Tem outro elevador neste prédio?
_ Não senhor, só escadas.
Juliano está indignado, como poderia ser? Não acreditava estar louco, então, como entender o que estava acontecendo. Resolveu subir pelas escadas, não aceitou as explicações. Provavelmente a nova funcionária nem sabia quantos andares havia no prédio. Chegou ao pé da escada, olhou na direção do elevador, que já havia partido.
_ Jovens. sempre pelo caminho mais fácil.
Os primeiros cinco andares, até que venceu relativamente bem. Já, a partir do sexto, sentia o suor correr-lhe por dentro da camisa. É, precisava voltar a praticar algum esporte, que lhe desse mais condições aeróbicas. Quem sabe natação, pensava.
Já, no nono andar foi obrigado a parar, seu coração parecia sair pela boca. Estava à beira de um colapso nervoso, quiçá, cardíaco. Sentou-se a um degrau de completar a subida do andar. Pensava que era mais fácil descer nove que subir um. E de que adiantava ele subir, a ascensorista não teria porque mentir. Havia mais pessoas, qualquer uma delas poderia desmenti-la, mas não o fizeram. Então, o que ele estava fazendo? Bastava levantar e descer, seria muito mais rápido.
_ Droga!
Lamentou sua própria teimosia, segurou no corre mão e puxou o corpo. Afinal, se a ascensorista estivesse certa, restava apenas um andar. Encheu o pulmões e foi colocando uma perna de cada vez, no degrau superior, literalmente. Chegava a levantar a perna com as mãos e colocá-la no próximo degrau, uma ante a outra. Quando viu a porta com o número 10, ficou aliviado, havia chego!
Mas, ao olhar para o outro lado, mais um lance de escadas. Ele estava certo, havia mais um andar! Sentia vontade de gritar, mas seu cansaço mal lhe permitia pensar ordenadamente. Sentou! Precisava recuperar suas forças, seu cansaço era-lhe estranhamente conhecido. Seu médico já o havia alertado para que fizesse esforços maiores, apenas com acompanhamento médico.
_ Eu tenho que subir! Só mais um e vou encontrar aquela garota novamente.
Ele se arrasta para o pé das escadas do novo andar e começa a escalada. Incrivelmente, a cada degrau que transpunha, seu cansaço diminuía e quando chegou ao último degrau, praticamente não sentia o esforço que havia feito. Começou a sorrir, viu, sentada em uma pequena banqueta, a garota. Não precisava de mais nada, conseguiu encontrá-la novamente. Era, novamente, o homem mais feliz do mundo.
Um segurança, fazendo sua ronda encontra um corpo desfalecido, abraçado a algumas caixas. Chama os enfermeiros, que chegam rapidamente. Mas não há mais nada que possa ser feito, aquele senhor havia sofrido um infarto fulminante. Morreu agarrado a algumas caixas, como que tentando subir nas mesmas.
_ Acho que ele encontrou o andar que procurava.
_ Do que está falando?
_ Nada não. Nada importante.
Era a ascensorista, lembrando do senhor que havia tentado subir de elevador. Realmente não conseguiria chegar aonde queria ir, com o elevador. Mas, agora certamente, havia chegado ao seu destino.
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Texto e criação do autor J.C.Hesse, ao utilizar este texto, por favor, não se esqueça de mencionar a autoria.
4 comentários:
Me lembrei daquele conto "A menina e os fósforos".
O destino de todos nós... sem elevador algum!
Bj. Célia.
Oi...para tu!!!!
Vim aqui, só pra te dizer que estou te deixando um beijo neste último dia de julho!!!!
Não é emocionante saber que nunca mais teremos o dia 31 de julho de 2012????????
Até me dá uma coisa em meu coração...
Mas o importante é que vivi momentos lindos contigo,teu blog e tuas postagens!
Já imaginou que porcaria seria minha vidinha sem tu????
Amanhã será um novo dia...
Para,né???
Eu sei que todo dia é um novo dia...só que não seria, se tu não tivesses eu...ksksksksksks...
Ai,como eu te gosto!!!!! \o/
Olá!!!
Estou passando para deixar um beijo e desejar uma ótimo Domingo!
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